Em tempos de coronavírus, as palavras de ordem são responsabilidade e bom senso. A Bíblia diz que quem semeia vento colhe tempestade. Ou seja: só colhemos aquilo que plantamos. Se plantarmos aglomeração, colheremos proliferação do covid-19. Se semearmos boas práticas de higiene, e o devido distanciamento um dos outros, colheremos a redução da transmissão do coronavírus. Sejamos como os produtores rurais, que plantam bons frutos na fé de que farão uma boa colheita. Sejamos gratos aos agricultores e pecuaristas que continuam trabalhando sem trégua para colocar o alimento em nossas mesas, aos profissionais de saúde que se arriscam para salvar nossas vidas, aos garis que garantem a limpeza de nossas cidades, aos caminhoneiros que transportam nossos bens de consumo e de primeira necessidade e todos aqueles que, tanto dentro quanto fora da porteira, não se confinaram para continuar nos prestando algum tipo de serviço.
Tenhamos fé em Deus, mas Ele também espera que façamos a nossa parte. Infelizmente, não foi o que ocorreu no início do anúncio da quarentena. Muitos brasileiros se comportaram como se tivessem tirado férias, indo ao shopping, à praia ou ao bar da esquina. Agora, choram pelo leite derramado e, contraditoriamente, criticam aqueles que realmente são obrigados a continuar produzindo para que o estrago não seja ainda maior, e nem me refiro à economia, mas ao próprio controle da pandemia, porque remédios, oxigênio e uma infinidade de coisas precisam continuar indo e vindo de algum lugar. Vi o depoimento emocionante de um caminhoneiro que estava prestes a parar de trabalhar, uma vez que a vigilância sanitária havia fechado o único restaurante que ele teria como alternativa para jantar. Ele chorava de fome, enquanto tentava se manter em pé para transportar o nosso alimento.
É imprescindível bom senso tanto pelo temor ao vírus quanto pelos impactos provocados, principalmente, aos profissionais que permanecem nos servindo continuamente para garantir nossa sobrevivência. O momento não é de julgamento, não é de competição política, mas de reflexão sobre como enfrentar esse pesadelo por meio de estudo, planejamento, estratégia e, acima de tudo, sensatez. A vida não vale mais do que dinheiro, é óbvio; como também é óbvio que uma crise econômica afetará milhões de outras vidas. Por outro lado, cresci ouvindo a frase de uma mulher que nasceu muito pobre, cresceu forte, se tornou batalhadora, otimista e sobreviveu a inúmeras crises. Anote aí: “Pra tudo na vida tem solução, minha filha, só pra morte que não tem”.
Um forte abraço AgroAmigo pra você do campo e da cidade.
Lilian Dias é palestrante e jornalista especializada em agronegócio, possui MBA Executivo pela ESPM, com foco em gestão de negócios e liderança estratégica de pessoas, e é autora do e-book "Os Pilares do Agronegócio". Workshops pelo link: https://www.liliandias.com.br/treinamentos . Instagram: @liliandias.agro - E-mail: contato@liliandias.com.br
Os colunistas do Agrishow Digital são livres pra expressarem suas opiniões e estas não necessariamente refletem o pensamento do canal.
Copyright © 2021. All rights reserved. Informa Markets (UK) Limited. A reprodução total ou parcial dos conteúdos só é permitida com citação da fonte.