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Hidrogênio verde: Conheça o “combustível do futuro”

Article-Hidrogênio verde: Conheça o “combustível do futuro”

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Considerado o combustível do futuro, o hidrogênio verde pode dar ao Brasil grande protagonismo mundial na produção de energia renovável e de baixo carbono.

O hidrogênio verde, também conhecido pelo termo H2V, é citado por muitos como uma excelente alternativa para reduzir as emissões de poluentes e cuidar do nosso planeta.

Neste contexto, por muitas razões o Brasil surge com a possibilidade de se tornar um dos principais players da tecnologia do hidrogênio verde.

Segundo especialistas da área, já são dadas como certas as boas condições do território brasileiro para a produção dessa fonte energética que, cada vez mais, desperta o interesse mundial.

O que é o hidrogênio verde?

A descarbonização do planeta é um dos objetivos estipulados por países de todo o mundo até 2050. Essa descarbonização passa necessariamente pelo uso de combustíveis com características sustentáveis, caso do hidrogênio verde (H2V).

O H2V é uma classificação dada ao hidrogênio produzido a partir da eletrólise da água, com baixa ou nula intensidade de carbono, utilizando preferencialmente energias renováveis ou de baixa emissão de gases de efeito estufa para a sua produção.

Entre as fontes que permitem a produção de hidrogênio verde temos a energia eólica e fotovoltaica. Também merecem destaque a hidroeletricidade e biomassa de rejeito.

Para a produção de hidrogênio verde há a realização de um processo químico conhecido como eletrólise. Este método faz uso da corrente elétrica para separar o hidrogênio do oxigênio que existe na água. 

Dessa forma, se essa eletricidade for obtida de fontes renováveis, então há a produção de energia sem emitir dióxido de carbono na atmosfera.

Hidrogênio verde x hidrogênio azul x hidrogênio cinza

Uma excelente forma de explicar o que é hidrogênio verde e suas características benéficas para o meio ambiente é compará-lo com os chamados hidrogênio azul e hidrogênio cinza.

Por definição, o hidrogênio verde é aquele combustível produzido através de fontes renováveis de energia, como solar fotovoltaica e eólica, por meio da eletrólise da água.

As outras cores, por sua vez, se diferenciam do hidrogênio verde em razão do processo de produção. Por exemplo, o hidrogênio cinza é produzido a partir de combustíveis fósseis, caso do gás natural, sem captura de carbono (CCUS – Carbon Capture Utilisation and Storage).

Já o hidrogênio azul é também produzido a partir da reforma do gás natural e demais combustíveis fósseis, mas com captura de carbono (CCUS). Ou seja, há a captura e armazenamento de carbono emitido no processo.

Dessa forma, dentre essas possibilidades, o hidrogênio verde é considerado menos poluente do que o hidrogênio cinza e o hidrogênio azul.

Consequentemente, muitas são as vantagens do investimento e uso do H2V, tais como:

  • 100% sustentável: o hidrogênio verde não emite gases poluentes durante a combustão e o processo de produção;
  • Possui fácil armazenamento: o hidrogênio é fácil de armazenar, o que permite sua utilização posterior em outros usos ou em momentos diferentes ao de sua produção;
  • Versatilidade: este elemento pode ser transformado em eletricidade ou combustíveis sintéticos para que seja utilizado com finalidades comerciais, industriais ou de mobilidade.

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Grandes oportunidades para o Brasil no mercado de H2V

O hidrogênio de baixo carbono (verde) é visto por especialistas como uma ótima alternativa para reduzir o consumo de carvão, petróleo e gás. Isso vem exigindo investimentos vultosos que mais cedo ou mais tarde vão resultar na criação de uma nova commodity. 

Neste sentido, Nivalde José de Castro, coordenador do GESEL (Grupo de Estudos do Setor Elétrico) acredita que muitas oportunidades vão se abrir para países que apresentem vantagens competitivas em relação às fontes de energias renováveis, como solar e eólica, caso do Brasil.

O Brasil se enquadra como exemplo de destaque, pois detém condições excepcionais para se tornar um grande produtor mundial de hidrogênio verde (H2V)”, diz. Castro cita ainda três destaques que vai dar o protagonismo ao Brasil neste sentido

Em primeiro lugar, o coordenador do GESEL destaca o processo de descarbonização dos setores industriais de difícil eletrificação. 

Poderemos utilizar o H2V como insumo em indústrias de fertilizantes, siderurgia, cimento e petroquímica, tornando nosso sistema energético mais renovável e de baixo carbono”. 

Em segundo, há o aproveitamento do potencial de produção de energia solar e eólica do Brasil. “Precisamos estimular o desenvolvimento de tecnologias no Setor Elétrico Brasileiro (SEB), e buscar maior eficiência energética que induzam à diminuição de custos de produção do H2V”, sugere. 

Em terceiro, Castro destaca a possibilidade concreta do Brasil em criar uma cadeia de valor para a produção do hidrogênio verde. 

Para o desenvolvimento do hidrogênio verde precisamos criar uma cadeia análoga à indústria de autopeças que se desenvolveu no Brasil a partir do Plano de Metas de 1955”, sugere. 

Para Nivalde Castro, o desenvolvimento de recurso humano especializado, com diferentes habilidades e qualificações é vetor importante dada a dimensão demográfica do país.

Com isso, no médio prazo as possibilidades do Brasil se tornar um grande exportador de hidrogênio para países com menor potencial de produção, como é o caso dos países da União Europeia, são muito grandes e precisam ser exploradas.

O Brasil apresenta todas as condições para mostrar seu protagonismo

Pelo que acompanhamos até aqui, fica fácil entender que muitos esforços estão sendo realizados, no Brasil e no mundo, para inserir o H2V em novos mercados para substituir o mercado de hidrogênio cinza, considerado altamente emissor de CO2. 

Neste contexto, Nivalde Castro acredita que novas oportunidades são vislumbradas e os países começam a se posicionar estrategicamente para nas futuras cadeias de valor do hidrogênio verde. 

No futuro próximo, este mercado dependerá não apenas das suas dotações de recursos, mas também do posicionamento atual nos mercados de hidrogênio e da relação econômica dos seus setores industriais com aplicações do H2V”. 

Neste novo mercado que está surgindo, o Brasil apresenta vantagens competitivas que precisam ser bem exploradas, como salienta o coordenador do GESEL.

Dada sua dimensão continental, seu sistema de redes de transmissão em alta tensão integrado em todo o território nacional, seu imenso potencial de energia eólica e solar, sua infraestrutura robusta de logística e portos, o Brasil tem tudo para se tornar um player importante neste novo mercado”.

Além disso, o país tem duas agências reguladoras – ANEEL e ANP – com autonomia e atentas às inovações regulatórias necessárias para dar viabilidade econômica e financeira para o desenvolvimento da cadeia produtiva do Hidrogênio Verde.

Aproveite este tema para conhecer um novo estudo desenvolvido pela FGV sobre pecuária de baixo carbono.

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