Segundo as últimas projeções da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), o mercado interno de máquinas e implementos agrícolas tem tudo para voltar a crescer em 2018. Depois de um 2017 relativamente morno, estima-se que em 2018 haja um crescimento de 5 a 8% no faturamento do ramo.
Além disso, nos últimos anos, o uso da eletrônica embarcada cresceu muito nas máquinas e implementos agrícolas. Com isso, o número de módulos e centrais eletrônicas está presente em quase todos os equipamentos lançados.
Entretanto, para o especialista em Marketing de Produto da Case IH, Lauro Rezende, integrar o avanço da eletrônica embarcada entre máquinas e implementos de diferentes marcas, representa um dos maiores desafios para os fabricantes na atualidade.
Rezende explica que para gerenciar todas essas informações que trafegam dentro dos diversos equipamentos, é usada a rede de dados conhecida como CAN. Esta rede representa padrões baseados no protocolo de comunicação digital serial Controller Area Network.
“O que ocorre é que algumas empresas restringem seus próprios dados a esta rede, fato que gera dificuldades entres as diversas marcas”, explica.
O especialista em Marketing de Produto ressalta ainda, que devido ao fato de não ser totalmente aberta, a comunicação, por muitas vezes, não flui totalmente, causando dificuldades de comunicação/integração entre equipamentos de marcas diferentes. Este é um desafio que precisa ser solucionado em prol de todos os elos da cadeia.
A conquista de uma maior compatibilidade e integração de máquinas e implementos de marcas diferentes terá um grande beneficiado: o produtor rural!
“Uma comunicação totalmente aberta e universal entre máquinas e implementos de diferentes marcas possibilitará que eles se conversem normalmente. Teremos assim, uma troca de dados entre os diversos sistemas”, explica Rezende.
Neste sentido, o produtor/operador da máquina agrícola sentirá os benefícios à medida que perceber a redução do número de telas e monitores nas cabines de seus tratores.
“Em um mesmo monitor, será possível visualizar a informação de vários equipamentos, tornando a operação mais simples, racional e eficiente”, esclarece.
Além do mais, a maior integração de máquinas e implementes de marcas diferentes ajuda o produtor a ter maior capacidade de escolha daquele equipamento que atenda suas necessidades, tanto na questão operacional, quanto em relação ao custo, sem se preocupar com uma possível incompatibilidade entre máquina e implemento.
Vale ressaltar ainda, que a integração agregará vantagens a todos seus participantes, ou seja, fabricantes de tratores, fabricantes de implementos agrícolas, revendedores, empresas de manutenção, empresas de componentes e representantes de equipamentos também serão beneficiados.
As marcas já estão em tratativas em busca da integração
Na atualidade, a grande maioria das marcas fabricantes de máquinas e implementos já entende que a tecnologia embarcada dentro do maquinário deve servir ao propósito de simplificar as operações e permitir que ela esteja mais acessível a um número cada vez maior de produtores.
Para isso, máquinas e implementos, devem conversar entre si, independentemente de quais marcas pertencem e é o que vem ocorrendo. Rezendes cita que já há algumas tratativas entre as marcas para alcançar o máximo integração entre suas máquinas e implementos.
“Temos alguns fóruns de debate e grupos de discussão que visam facilitar e padronizar essa comunicação aberta, de uma maneira que atenda a todos os fabricantes”.
Com a integração, o ganho será sentido em todo o setor. “Teremos um consumidor muito mais satisfeito com os produtos que utiliza, independente da sua marca”, finaliza Rezende.
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