Tão importantes quanto toda a estrutura, as tubulações desempenham papel fundamental em granjas, sendo responsável por transportar a água potável para manter a hidratação dos animais e garantir a saúde e produtividade do sistema. Porém, segundo Ana Caselles, gerente técnica regional da Sanphar Saúde Animal, muitos produtos utilizados via água de bebida (como o biofilme) tendem a ir se acumulando nas tubulações.
Neste ambiente, este material representa um risco biológico latente para as granjas. Essa é uma estratégia para sobrevivência das bactérias que se aderem à parede das tubulações que, junto da sujeira aderida e à água, se alimentam e se multiplicam, comprometendo a saúde de aves e suínos.
Consequências do acúmulo de biofolme nas tubulações
O biofilme é uma estratégia de sobrevivência dos microorganismos que se proliferam e se aderem à parede da tubulação junto de outras bactérias.
Segundo Ana, as sujidades, como resíduos de produtos presentes na água de bebida, ficam presentes nessas tubulações servindo de alimento e contribuindo para sua sobrevivência.
“Com alimento em excesso, há crescimento acelerado, fazendo com que o biofilme forme aglomerados que se soltam, formando novos pontos de crescimento na tubulação”, indica.
A gerente técnica regional da Sanphar Saúde Animal explica que o acúmulo do biofilme nas tubulações pode comprometer a qualidade da água de bebida dos animais presentes nas granjas e, consequentemente, sua saúde.
“O biofilme pode abrigar patógenos por longos períodos e de um lote para outro e, assim, infectar novos animais caso não haja a correta limpeza durante os intervalos entre os lotes”.
A presença do biofilme pode ainda pode comprometer a viabilidade das vacinas, assim como medicações e demais produtos administrados via água de bebida.
Riscos do biofilme em excesso aos animais de granjas
Embora a ingestão do biofilme em si não esteja associada diretamente à enfermidades de aves e suínos, pode haver a persistência de agentes patogênicos na água de bebida por conta do acúmulo de biofilme de um lote para outro.
“O risco da ingestão de água com biofilme está atrelado à presença de agentes infecciosos, como bactérias, caso da Salmonella, assim como outros agentes que sobrevivem longos períodos neste meio”, destaca Ana.
Além disso, a falta de limpeza das tubulações nos intervalos dos lotes seguido da não cloração da água pode ser, segundo a gerente técnica regional, fonte de infecção do plantel e, assim, provocar perdas sanitárias e em produtividade.
“Por essa razão, a limpeza das tubulações e a cloração de água presente nestas tubulações limpas é fundamental para o fornecimento de água de qualidade para os animais”, destaca Ana.
Como retirar o biofilme das tubulações de granjas?
A retirada de biofilme das tubulações é uma necessidade recorrente. Porém, existem algumas crenças de que essa limpeza pode ser realizada com vinagre ou cloro, o que não é verdade!
“O vinagre é um ácido acético indicado para limpeza de resíduos inorgânicos (água dura). Já soluções hipercloradas, além de terem estudos que comprovem sua ineficiência, são produtos inativados na presença de matéria orgânica. Essas soluções são também corrosivas, comprometendo a durabilidade dos equipamentos”, afirma Ana.
Assim, para evitar o acúmulo de biofilme, a gerente técnica regional da Sanphar Saúde Animal recomenda que a limpeza seja realizada no intervalo de lotes.
“Os produtos desinfetantes nessas concentrações indicadas para remoção de biofilme não são indicados para ingestão dos animais - daí a importância do uso deles nesse intervalo”, comenta.
Dessa forma, a Sanphar conta com produtos de qualidade para essa finalidade. “Temos um desinfetante solúvel que possui alto poder de penetração nos biofilmes, sendo por isso uma boa indicação para sua remoção”, destaca Ana.
É importante lembrar também que, após a limpeza, é necessário verificar e limpar os bicos e bebedouros, pois durante a limpeza é comum que o biofilme se desprenda e entupa, impossibilitando o acesso à água pelos animais.
Por fim, para evitar o acúmulo de biofilme é recomendado:
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Manter a periodicidade da limpeza de tubulações hidráulicas a cada intervalo de lote;
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Escolher o produto adequado para essa limpeza;
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Seguir as recomendações de uso do fabricante;
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Utilizar água de fonte conhecida;
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Fazer monitoramento microbiológico e físico-químico.
Por fim, Ana recomenda ser importante fazer a cloração adequada para garantir a potabilidade da água. “Isso irá permitir a ingestão de água de qualidade constante pelos animais das granjas”.
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