Com a maior floresta tropical do mundo e uma matriz energética majoritariamente limpa, o Brasil tem um potencial enorme quando o assunto é o baixo carbono. No entanto, quando o assunto é o mercado de créditos de carbono no âmbito da nossa agricultura, ainda temos muito a evoluir e debater.
Para entrar nesse amplo debate e propor caminhos para o país, é preciso que o agricultor entenda o bê-a-bá do mercado de carbono, que pode ajudá-lo a diversificar seus ganhos por meio da monetização de créditos de carbono.
Por isso, vale entender o que são os créditos de carbono e quais são as dicas para que o agricultor diversifique seus ganhos por meio da monetização dentro do mercado de carbono.
O que são os créditos de carbono?
Antes de entender mais sobre a monetização dos créditos de carbono, é preciso que você entenda o que são esses créditos. A ideia por trás destes créditos de carbono surgiu com o Protocolo de Quioto, criado em 1997 e que entrou em vigor em 2005.
Por meio deste protocolo, foi acordado que a redução das emissões de gases do efeito estufa passaram a ter valor econômico, ou seja, quem reduz as emissões, consegue vender créditos a quem não consegue. Por isso, o crédito é como um certificado que os países, empresas ou pessoas compram para mitigarem e compensarem a emissão os gases.
Este é também o conceito citado por Stefano Merlin, CEO da Sustainable Carbon. Segundo ele, o crédito de carbono é o documento que atesta e reconhece as reduções de emissões de gases de efeito estufa.
“Um (1) crédito de carbono equivale a uma tonelada de gases de efeito estufa que deixaram de ser lançados na atmosfera em decorrência de uma atividade de projeto com esse objetivo”.
Em teoria, os créditos de carbono têm potencial de direcionar a demanda dos consumidores e investidores para produtos menos intensivos em emissões. Com isso, há o estímulo de investimentos em projetos e tecnologias mais limpas.
Monetização do carbono: como funciona?
A ideia por trás da precificação do carbono é permitir a internalização do custo das emissões, uma externalidade negativa que traz custos para toda a sociedade. A lógica dessa ideia é penalizar quem emite mais e premiar quem emite menos (ou sequestra mais carbono), como uma forma de limpar as economias e mitigar o aquecimento global.
Mas você deve estar se perguntando: como funciona o comércio de emissões?
Os sistemas de comércio de emissões funcionam assim: os governos definem os setores e entidades que vão ser regulados e impõem um limite quantitativo (cap) para as emissões dessas entidades. Com isso, são criadas permissões de emissões compatíveis com esse limite, que são vendidas ou distribuídas gratuitamente.
O preço dessas permissões se ajusta no mercado. Vamos supor que uma empresa X tenha permissão para emitir 50 toneladas de carbono. Se ela emitir 60 toneladas, será obrigada a comprar permissões para essas 10 toneladas extras de outra empresa regulada pelo sistema e que conseguiu emitir menos do que poderia.
“No âmbito de Brasil, o pagamento pelo crédito de carbono normalmente é feito via transferência bancária, geralmente após a assinatura de um contrato de compra de redução de emissões”, complementa o CEO da Sustainable Carbon complementando que qualquer pessoa, empresa ou organização pode comprar créditos de carbono.
Como o agronegócio consegue monetizar créditos de carbono?
Como o mercado de créditos de carbono ainda está engatinhando, a maior parte dos projetos ainda se baseiam na energia renovável.
No entanto, o setor chamado de Afolu (Agricultura, Floresta e Uso da Terra), que inclui projetos de reflorestamento e conservação de florestas, vem tendo um crescimento bastante intenso. Em 2016 esses projetos representavam 22% do total, mas em 2019 passaram a representar 52% dos créditos gerados.
Vale citar também que os preços variam de acordo com o tipo de crédito no mercado, por várias razões, desde a quantidade de oferta até a percepção de ‘integridade’ do carbono que está sendo negociado.
Os projetos florestais, por exemplo, são negociados com prêmio em relação ao mercado, principalmente porque eles têm o que se chama de ‘co-benefício’, ou seja, promovem a proteção da biodiversidade e atividades de desenvolvimento socioeconômico das comunidades tradicionais que deles fazem parte.
Mas para isso, Stefano Merlin que bons projetos certificados são essenciais. “Projetos que geram créditos de carbono necessitam tanto do desenvolvimento do projeto em si (Documento de Concepção do Projeto), como de um processo de certificação (etapas de validação e de verificação)”, indica.
Já pensou em adotar o sistema de compensação de emissão de gases na sua fazenda?
Confira todos os passos no material grátis e exclusivo que produzimos para você clicando abaixo em "Baixar"!
Copyright © 2021. All rights reserved. Informa Markets (UK) Limited. A reprodução total ou parcial dos conteúdos só é permitida com citação da fonte.
Registre-se para fazer download desse recurso
Registrar-se como membro da Agrishow lhe dá acesso a conteúdo premium incluindo webinars, whitepapers e muito mais.
Baixar