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Crédito: um grande desafio do mercado de insumos agrícolas

Article-Crédito: um grande desafio do mercado de insumos agrícolas

Levantamento realizado pela ANDAV (Associação dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários), constatou que uma das maiores preocupações de produtores é a oferta de crédito, principalmente quanto à distribuição de insumos, visto que nos últimos cinco anos, vem se consolidando um cenário de transformação dentro do setor, marcado principalmente pela entrada no segmento de grandes corporações e fundos de investimento nacionais e internacionais na área de distribuição, originando o que vem sendo chamado de “gigantes da distribuição”.

Ainda segundo a análise, 78% dos distribuidores de insumos dizem estar interessados em receber propostas de investimento de empresas e de fundos de investimento. O advogado e sócio da AgroBox Advocacia em Agronegócios, Caius Godoy, explica que existem alguns tipos de crédito no Brasil que recebem incentivos do governo e têm taxas menores de juros do que as de um empréstimo comum. “Um dessas linhas é o crédito rural, que é voltado ao agricultor e o incentiva a investir na sua produção, possuindo condições especiais de pagamento”.

Destino do crédito no mercado de insumos agrícolas

Godoy comenta que uma empresa de insumos agrícolas que opta por captar crédito, usa-o para investir em processos que ajudem no crescimento do seu negócio. “A empresa de insumos agrícolas pode usar o crédito para investir em variados processos que ajudem seu negócio a crescer e captar mais clientes e parceiros nesse concorrido mercado”.

Nesse contexto, o advogado diz serem várias as possibilidades para o uso desse volume captado, como:

  • Aumentar a produção;
  • Comprar máquinas, equipamentos e tecnologias;
  • Adquirir mais insumos; e
  • Viabilizar recursos necessários à comercialização.

O objetivo principal dessas tomadas de decisão é fortalecer o desenvolvimento no campo, por meio da modernização das atividades”, complementa.

Nesse sentido, Godoy cita um levantamento atual que explica a oferta para o setor. Segundo o levantamento a oferta se origina da seguinte forma:

  • 30% da poupança rural;
  • 20% de recursos obrigatórios;
  • 9% do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social); e
  • 8% de fundos constitucionais.

O advogado ainda explica que tais valores são operados por bancos e cooperativas de crédito.

Desafios e expectativas na oferta de crédito para insumos agrícolas

Assim como ocorre em todos os setores do agronegócio nacional, vários são os desafios na obtenção de crédito para o mercado de insumos agrícolas, inclusive na distribuição destes, mas o sócio da AgroBox Advocacia em Agronegócios cita um desafio recente bastante importante.

Devido às medidas de contingenciamento, começamos o mês de abril com o retardamento ou ainda a inexecução realizada na LOA (Lei Orçamentária Anual) da União. No Ministério da Agricultura (MAPA), o bloqueio foi de 30% do orçamento e ainda não existe uma divulgação sobre os próximos passos, mas certamente alguns programas poderão ser afetados”.

Além dessa questão, Godoy explica que o crédito rural ainda é concentrado nas mãos de poucos agricultores. “O grande desafio nesse sentido será fazer com que eles consigam produzir mais, gerando assim mais renda ao país”, diz.

Quanto às expectativas de uma maior oferta de crédito para insumos agrícolas, Caius diz que elas são relativamente boas, essencialmente para pequenos e médios produtores.

Ele salienta que a atual Ministra do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Tereza Cristina, fez um recente pronunciamento declarando que, apesar das dificuldades orçamentárias, pequenos e médios produtores passarão a contar com mais recursos à disposição no Plano Safra 2019/2020.

Godoy diz que essa decisão do governo tem como objetivo privilegiar produtores que adquirem até R$ 500 mil por ano de crédito rural. “Hoje esse valor em crédito obtido representa 96% dos agricultores”, diz.

Essa ocorrência reforça ainda mais a expectativa de que o empréstimo (ou oferta de crédito) ficará mais democratizado aos pequenos e médios produtores”, complementa. Já os grandes produtores, na concepção do advogado, terão de pagar um pouco mais de juros.

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