Sem água não existiria vida. Porém, com os avanços da humanidade, os recursos hídricos estão cada vez mais escassos, tanto nas áreas urbanas, quanto para a produção de alimento na área rural.
As distribuições irregulares das chuvas agregadas a baixa capacidade no armazenamento da água e o aproveitamento desenfreado dos recursos, estão causando grande déficit hídrico no solo e comprometendo a produção de alimentos no mundo todo.
No Brasil, diversas regiões têm sofrido com as alterações no ciclo hidrológico. Está claro que o Nordeste lidera em número de regiões mais secas no Brasil, no entanto, há também a ocorrência desse acontecimento em regiões produtoras de café, como o norte do estado do Espírito Santo, resultando em queda na produção do café conilon, com grandes impactos em toda a cadeia produtiva do grão.
Por esse motivo, a gestão deste recurso tão importante tornou-se uma atividade imprescindível no mundo cafeeiro, cuja gestão hídrica é uma das marcas registradas do setor.
Sistemas de irrigação mais eficientes para a cafeicultura
O cafeeiro é um plantio que responde muito bem ao uso da irrigação, visto que aumenta a produtividade e melhora a qualidade da bebida. Por isso, diversas empresas e entidades de pesquisa vêm constantemente desenvolvendo ações para avaliar e melhorar a qualidade dos sistemas de irrigação, por meio da análise das vantagens e limitações.
“O objetivo dessas ações é de economizar água, além de otimizar os equipamentos utilizados”, garante Marcos Antonio Matos, diretor-geral do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Um estudo feito pela Embrapa Café (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) mostra que entre de 25% a 30% da área brasileira de cultivo de café utiliza métodos de irrigação modernos com equipamentos que reduzem o uso da água para uma média de mil litros por quilo. “Esse número é representativo, uma vez que resulta em uma queda de 50% de consumo do recurso natural em relação há 5 anos”, explica o diretor do Cecafé.
Em linhas gerais, a irrigação do cafeeiro tem sido feita pelos métodos de aspersão convencional e irrigação localizada. Segundo Matos, em função de aspectos relacionados ao consumo de energia, exigência de mão de obra e demais aspectos operacionais, os sistemas mais viáveis de irrigação por aspersão têm sido o convencional e o pivô central.
Já em relação à irrigação localizada, os sistemas mais utilizados são o gotejamento, devido às suas características técnicas que permitem uma irrigação mais precisa, trazendo economia de água e energia.
“Embora o gotejamento seja considerado o método que proporciona maior economia de água, os métodos de aspersão evoluíram significativamente nas últimas décadas, melhorando a eficiência energética e de água”, sugere Matos.
Existe o melhor tipo de irrigação
Como vemos, o produtor tem diversas opções de sistemas de irrigação para a sua atividade, será que há um que seja melhor que outro?
De acordo com o diretor geral do Cecafé, a escolha do sistema mais adequado na propriedade será guiado pelo entendimento do produtor em relação às características gerais da cultura, como as práticas culturais adotadas, o tipo de solo, a topografia, os fatores climáticos, o déficit hídrico, a sua capacidade de investimento, o custo operacional do sistema de irrigação, a disponibilidade e a qualidade da água na região, entre outros fatores.
Dessa forma, segundo Matos, “o que existe são diferentes sistemas de irrigação que melhor se adaptam a determinadas situações, para o adequado manejo da água e redução de desperdícios”.
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