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Veja como solucionar a falta de conectividade nas fazendas

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A agricultura mundial está cada dia mais conectada. As máquinas e implementos conversam entre si, novos dados são gerados a todo momento, a internet das coisas (IoT) já se faz presente no campo. Tudo perfeito, certo? Quase. No Brasil, esse cenário ainda não é pleno pois um importante fator está gerando atrasos na adoção destas tecnologias: a baixa infraestrutura de conexão.

De fato, a qualidade ineficiente da conectividade no campo ainda é um desafio que carece de melhores soluções e melhora em infraestrutura.

Prova disso é que algumas regiões ainda apresentam somente a conexão 3G, há outras que não dispõem nem desse tipo de conexão de internet. Por isso, buscar soluções em conectividade no campo é fundamental.

Conectividade oscilante nas fazendas: porque é um problema?

Devido à falta de investimento, a conectividade no campo ainda é bastante deficitária no Brasil. Tal fato, costuma ter como resultado altas oscilações no sinal da internet.

Todas essas oscilações representam um problema no campo pois dificultam diversas ações diárias e corriqueiras que o proprietário rural precisa realizar.

Entre essas ações estão a busca por informação (como boletins climáticos e de cotação de insumos), negociação com fornecedores e compradores, além de informações rápidas sobre produtos, pragas e afins.

Mas afinal qual a causa dessa alta oscilação?

O presidente da ABRINT (Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações), Basílio Perez, explica que na maioria das vezes, a conectividade no campo é realizada por meio de rádios com frequência livre (2,4 GHz e 5,8GHz) e isso justifica a alta oscilação.

Essas frequências podem ser usadas por qualquer dispositivo, além de não ter proteção contra distorções. Por isso ocorrem interferências e oscilações normais nesse serviço”, explica.

Além disso, o presidente da ABRINT lembra que esse tipo de rádio também depende de visada desobstruída e, portanto, naturalmente sofre com o crescimento de vegetação e dificuldades de relevo geográfico.

Principais desafios da conectividade no campo

Melhorar a infraestrutura de conexão pode ser a saída mais eficaz para reduzir as oscilações e a precariedade dos sinais de internet que garantem boa conectividade. No entanto, alguns problemas representam sérios desafios neste sentido.

Perez indica que a locação de espaços para torres de transmissão costuma ser uma destas dificuldades. Isso porque há diversas licenças (caso das ambientais) para uso do espaço.

Ainda de acordo com o presidente da ABRINT, outra dificuldade comum no Brasil deve-se as distâncias no país, que são muito grandes e por isso também dificultam e encarecem as instalações com fibra óptica. Perez lembra também que as faixas de rádio frequência não exclusivas também representam um problema. “Muitas das frequências não são exclusivas, dificultando uma comunicação mais clara no campo”.

Frequência de 450MHz - Solução para a baixa conectividade

A solução para a baixa conectividade pode se dar por diversas maneiras; para aquelas propriedades cujos proprietários apresentam maior poder aquisitivo, a instalação de amplificadores de sinal podem ser uma ótima solução. Também é possível instalar torres de comunicação próprias, porém, estas demandam altos custos.

Porém, Perez lembra que uma solução mais ampla pode estar na disponibilização de uma nova frequência, que atualmente é subutilizada e utilizada exclusivamente pela Polícia Federal; a faixa de 450 megahertz (MHZ).

A ABRINT tem pleiteado que a banda de rádio frequência de 450MHz seja disponibilizada por meio de leilões públicos para que os provedores possam levar e melhorar a conectividade no campo”.

Com essa frequência, as conexões poderão ser feitas sem visada direta ou mesmo com interferências de vegetação ou acidentes geográficos. “Sem dúvidas a frequência 450 MHZ facilitaria a conexão do campo com velocidades elevadas e com maior estabilidade”, completa Perez.

Por fim, Perez explica que na frequência de 450MHz, o campo terá a sua disposição a tecnologia de LTE (“Long Term Evolution” - em português "Evolução a Longo Prazo"). “Essa tecnologia é a mesma usada no 4G, com isso, estariam disponíveis altas velocidades e estabilidade na conectividade no campo”, finaliza o presidente da ABRINT.

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