Assim como os seres humanos, as lavouras precisam de diversos nutrientes essenciais em quantidade e qualidade para sobreviverem e se desenvolverem. Somente sob condições ideais é que o correta evolução e produção de frutos, folhas, grãos e flores acontecerá. Mas como saber se está tudo bem com o solo e se ele está oferecendo os nutrientes necessários pelas plantas?
A melhor forma de garantir tais nutrientes é fazendo uma eficiente análise do solo, capaz de verificar a quantidade e disponibilidade de elementos químicos presentes no solo e que serão captados pela planta. Porém, muitos agricultores ainda não fazem tal avaliação.
Carlos Sérgio Tiritan, agrônomo e professor do curso de agronomia da Unoeste afirma que “infelizmente a análise de solo não é uma técnica utilizada por uma parte significativa de produtores rurais”. Ele ainda completa: “e essa não é uma exclusividade dos pequenos, temos muitos médios e grandes produtores que ainda não fazem análise de solo”.
Mais preocupante ainda é a frequência com que essas análises devam ocorrer, o que, para o meio agronômico, é essencial.
Importância da análise do solo
A maioria dos solos brasileiros não têm condições adequadas para sustentar o correto desenvolvimento das culturas. Para sanar esse problema, técnicas de correção como calagem, gessagem, e adubação são realizadas.
Porém, para que tenham eficiência, a realização de uma boa análise do solo é imprescindível. Seus resultados guiarão o agrônomo a criar programas de recomendação de adubação e correção do solo, tornando-o muito mais produtivo.
A análise de solo consegue ainda quantificar características químicas e físicas da propriedade, sendo essencial para caracterizar a capacidade da área em fornecer nutrientes para as plantas, além de possibilitar a identificação da presença de acidez e de elementos tóxicos.
Logo, os produtores rurais que não analisam o solo regularmente não terão condições de identificar a qualidade do mesmo, não sabendo, assim, quantificar a aplicação necessária de adubo e demais nutrientes que irão corrigir as necessidades. E como se sabe, excesso ou falta de adubo é sinônimo de perda financeira à atividade.
Com que frequência devemos analisar o solo?
Como já foi dito, diversos produtores agrícolas ainda não dão a real importância para a análise. Em muitos casos, a completa análise deste solo somente é realizada quando ele está saturado e a produtividade da lavoura já diminuiu de forma considerável.
Devido ao descuido por anos, quando o produtor decidir fazer a correção do solo, seu investimento será elevado. Sem sombra de dúvidas, isso trará um custo adicional que nunca é esperado.
Para resolver este problema, Tiritan recomenda que a frequência da análise do solo seja anual. Assim, caso haja a necessidade, as correções podem ser prontamente realizadas para a próxima safra.
Como dica, é muito importante que o produtor tenha guardado todas as análises do solo da sua propriedade para, assim, poder realizar a comparação entre elas e observar se a estratégia de correção está surtindo efeito.
“Meu solo é o melhor da região, não preciso analisá-lo todo ano!”
No ambiente rural é bastante comum ouvir frases assim. Devido ao custo das análises, dificuldade de mão de obra, “falta de tempo”, tamanho da área e a “experiência” do produtor, na prática, o solo não é avaliado anualmente. E isso pode ser um problema.
A frequência tende a diminuir a medida em que o produtor “melhora” sua capacidade de visualizar, analisar e interpretar o sistema Solo/Planta e a atmosfera que integra o ambiente da propriedade. “Sei a capacidade do meu solo!”, “Sei o que meu solo pode oferecer”, é o que dizem.
Contudo, após a contabilidade da colheita, o experiente produtor sente que os resultados não foram os esperados. O motivo está no solo que, devido a falha na correção, não conseguiu oferecer os nutrientes necessários para o desenvolvimento das plantas.
Quando o solo deve ser analisado? Qual a época?
Outro fator, considerado tão importante quanto a frequência da análise, é a época em que ele é coletado. Esse momento influi diretamente em todo o planejamento do manejo do solo no intuito de prepara-lo para o plantio.
Você, como produtor rural, sabe qual é o momento ideal?
Bem, a época de coleta e posterior envio das amostras ao laboratório apresenta certa variação, mas o ideal para culturas anuais é realizar o procedimento no início do período de seca e com boa antecedência em relação ao plantio. Para Tiritan, “a amostragem e análise devem ocorrer pelos menos entre 60 a 90 dias antes do plantio da safra de verão”.
Já para culturas perenes em produção, o indicado é que a amostragem deva ser conduzida preferencialmente logo após a colheita. O professor lembra ainda que dependendo do sistema de produção adotado, a análise poderá ser realizada em qualquer época do ano.
O produtor, ao promover um bom manejo da frequência e época da analise do solo, terá tempo suficiente para planejar a compra do calcário e dos adubos, e de manutenção de máquinas e implementos que serão utilizados na correção.
O resultado desse planejamento será sentido lá na frente, no momento da colheita da lavoura com grandes chances de ser positivo.
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