Dados do Censo Agropecuário divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estática), mostram que quase a metade das propriedades rurais no Brasil são pequenas e geridas por pequenos produtores. Porém, há preocupação por parte deles em sempre buscar alternativas para melhorar a renda em pequenas propriedades. Tal preocupação é bastante importante, visto que muitas são as dificuldades do pequeno produtor, que tem uma luta diária para buscar o aumento da renda.
No Brasil, apesar de representar metade das propriedades rurais, o pequeno produtor convive diariamente com variados problemas que comprometem o aumento da renda em pequenas propriedades.
Na concepção do engenheiro agrônomo, Carlos Henrique de Paula e Silva, diretor da CATI Regional Ribeirão Preto (SP), as principais dificuldades do pequeno produtor neste sentido são:
- Pouco conhecimento do Sistema Agroindustrial;
- Baixa utilização de tecnologias;
- Não trabalhar o associativismo e cooperativismo.
De fato, esses fatores contribuem negativamente com a busca pelo aumento da renda em pequenas propriedades. Mas há ainda outras dificuldades bastante claras enfrentadas pelo pequeno produtor.
João Paulo Rodrigues Arciprete, analista de negócios do Sebrae-SP explica que a dificuldade de acesso ao crédito e às novas tecnologias, adequação da produção às necessidades e demanda dos mercados, além da falta de gestão na propriedade rural são fatores que influenciam diretamente no insucesso da busca pelo aumento da renda em pequenas propriedades.
“A dificuldade de acesso ao crédito, por exemplo, impossibilita o investimento em tecnologia, inovação ou simplesmente a compra de implementos que permita aumentar a produtividade por área, ao mesmo tempo, que reduz custo tornando a propriedade mais eficiente”, salienta Arciprete.
Como lucrar mais? Se torne um empresário rural!
Várias são as medidas que podem ser adotadas pelos pequenos produtores para que consigam melhorar a renda em pequenas propriedades rurais. Mas para o diretor da CATI, estes pequenos produtores devem primeiramente olhar a propriedade rural como uma empresa e o produtor rural como empresário.
“Muitas vezes o capital imobilizado e investido na propriedade para produção rural é maior que muitas empresas instaladas na área urbana, portanto, o produtor rural deve ter a consciência de que é empresário do setor rural”, diz.
Além disso, de Paula e Silva salienta que este conceito vale para todos os produtores e propriedades rurais independente de seu porte. “Somente assim será possível crescer no negócio”, ressalta.
Somente após o entendimento da propriedade rural sendo gerida como uma empresa rural, será possível ponderar alguns caminhos que efetivamente aumentem a renda em pequenas propriedades. O analista de negócios do Sebrae diz que um dos caminhos é a agregação de valor.
“Produtos minimamente processados, picados e fracionados de acordo ao tamanho das novas famílias, aproveitando produtos antes descartados devido sua aparência tem tudo para ser um bom caminho para aumentar a renda em pequenas propriedades”, sugere Arciprete.
Outros exemplos podem se basear na produção de produtos artesanais como queijos, embutidos, café torrado e moído com marca própria, além da possibilidade do turismo rural, caracterizado como um negócio crescente.
Além disso, o uso de tecnologias na produção, seja no melhoramento genético ou no combate a pragas e doenças, ou ainda na melhoria das condições físico, químicas e orgânicas do solo, são outras ações sugeridas pelo diretor da CATI que vão melhorar as condições de produção e consequentemente aumentar a renda em pequenas propriedades.
Além disso tudo, de Paula e Silva explica que as pequenas propriedades são geralmente propriedades voltadas à agricultura familiar. “Por isso, o envolvimento da família nas questões do empreendimento rural, como planejamento, produção, comercialização, adesão a novas tecnologias deve ser o maior possível”, salienta. Além disso, o diretor da CATI sugere que a sucessão familiar deve ser outro fator a ser trabalhado para este não seja um entrave na melhoria de renda em pequenas propriedades rurais.
Priorize a gestão e aumente a renda da sua propriedade
Tanto Carlos Henrique de Paula e Silva quanto João Paulo Rodrigues Arciprete concordam em salientar que dar prioridade na gestão é fundamental para aumentar a renda em pequenas propriedades rurais.
Arciprete explica que para alcançar o sucesso do negócio é fundamental que os pequenos produtores entendam sua propriedade e as vendas geradas como um negócio, por isso a gestão tem papel fundamental.
Segundo ele, a gestão de qualquer propriedade passa por diferentes fases que vão desde o planejamento da produção, atravessa a gestão financeira da propriedade e chega até a venda e entrega da produção.
O diretor da CATI complementa: “A gestão da propriedade rural desde o planejamento até o escoamento da produção cumpre uma função de sustentação e é com certeza fator essencial para a perenidade do negócio e para o aumento da renda em pequenas propriedades”.
Silva tem opinião semelhante. Segundo o engenheiro agrônomo da CATI, aprimorar a gestão da propriedade será essencial para o sucesso econômico, social e ambiental da atividade.
“Quando respeitamos estes três pilares da gestão é que a propriedade se torna sustentável. Uma propriedade somente será sustentável e ter vida longa se estiver com sua gestão em ordem e atualizada”, diz.
Segundo o representante da CATI, os três pilares deste tripé (econômico, social e ambiental) é que vão dizer se a gestão está eficiente e se a renda em pequenas propriedades será elevada.
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