A busca por energias alternativas ou renováveis não é algo recente. Acontece há pelo menos 40 anos. Porém, com o contínuo esgotamento das fontes tradicionais e o aumento da pressão social pelo “ecologicamente correto” e sustentável, a procura por novas maneiras de manter residências e indústrias funcionando têm se intensificado. Uma das soluções que tem se popularizado é o uso da luz solar, também chamada de fotovoltaica.
Com a resolução Nº 482, de 17 de abril de 2012 da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) - normatizou no Brasil a geração distribuída - ficou mais acessível e vantajoso implantar um sistema fotovoltaico, pois é possível gerar energia para a rede pública e assim obter “créditos de consumo” para os períodos de baixa produção. Antes disso, o sistema tinha um grande gargalo devido ao uso de baterias, de vida útil relativamente curta e preço elevado.
O sócio-diretor da Neosolar Energia, Raphael Pintão, lembra que produzir a própria energia - renovável e limpa - protege o consumidor dos aumentos das tarifas, normalmente “maiores do que a inflação do País”. Há, ainda, as vantagens de redução perdas de energia, melhora no sistema de distribuição de energia e mais estabilidade do sistema integrado.
Quanto custa?
O investimento vai depender do consumo da empresa e de quanta energia se deseja produzir. Sistemas menores têm maior custo relativo, porém, empresas que consomem pouco geralmente têm tarifas de energia mais altas. De acordo com o sócio-diretor da Neosolar Energia, 1 kWp de painéis produz em média 120 kWh por mês. O custo deste kWp varia entre 7 e 12 mil reais, a depender do porte das condições de instalação.
Empresas que consomem 12.000 kWh/Mês precisariam de 100kWp de painéis. Este sistema custa aproximadamente R$ 700 mil, podendo gerar uma economia mensal de até 10,5 mil reais, dependendo da tarifa de energia. “É um retorno de 1,5% ao mês, fora os aumentos de tarifa ano a ano, ou seja, muito melhor que qualquer investimento de baixo risco como CDB ou Poupança”.
Outra vantagem desse sistema, segundo o coordenador de marketing da Ecocasa, Hiago Vilar, é a possibilidade de instalar num único endereço e abater a conta de outros vários, desde que estejam sob o mesmo CPF e Companhia Distribuidora. Pode-se estimar que em uma instalação para suprir uma demanda mensal de 500 Kwh/mês, serão necessários investir $ 30 mil reais e com retorno estimado em 5,5 anos.
Isso possibilita que empresas de qualquer tamanho usem essa fonte de energia. O diferencial é que companhias de pequeno e médio porte têm uma vantagem sobre as grandes do ponto de vista da tarifa de energia. Como estas empresas pagam mais caro nas tarifas de consumo, e o retorno é proporcional à tarifa, é mais vantajoso para empresas pequenas e médias, que consomem em Baixa Tensão (BT) e sem contrato de demanda. E por ser dimensionado de acordo com a necessidade do consumidor, a rede pode ser ampliada a qualquer momento.
Isso sem necessidade de adaptação da rede elétrica em 90% dos casos, de acordo com Raphael Pintão, pois o sistema é conectado logo na entrada de energia da casa, antes mesmo do quadro geral de distribuição. A energia se mistura com a energia da rede e abastece normalmente os equipamentos elétricos, seja de dia, de noite ou em dias nublados. Vilar comenta que depois de instalados, painéis fotovoltaicos e inversor de frequência, o projeto deve ser protocolado na companhia de energia e deve-se pedir a troca do relógio.
Retorno financeiro
O tempo que as empresas levam para recuperar o investimento varia de sete a dez anos. Embora, de acordo com Vilar “tudo vai depender do consumo e do custo unitário da energia local”. Esse período pode até parecer muito, porém esse sistema de energia tem vida útil de até 40 anos - metade deles de lucro, segundo Raphael Pintão. Há ainda a valorização do imóvel. Pesquisas norte-americanas mostram um aumento significativo no valor do imóvel com a energia fotovoltaica, superando até mesmo o valor investido no sistema, ou seja, fazendo com que o sistema já se pague logo após a instalação.
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