Na safra 2021/22, que se encerra em abril, há a estimativa de que a produção de soja no Brasil atinja 142 milhões de toneladas. No entanto, o fungo causador da ferrugem asiática da soja pode, mais uma vez, dificultar esses números.
Dependendo da gravidade da infestação, a queda de produtividade em decorrência da ferrugem da soja pode chegar a até 90%, principalmente quando ela não é controlada a tempo.
Por essa razão, adotar estratégias específicas de manejo torna-se fundamental para o melhor enfrentamento da ferrugem da soja e a manutenção da produtividade esperada.
Conheça, a seguir, as principais características da ferrugem asiática da soja e saiba quais estratégias adotar para combater a praga:
O que é a ferrugem asiática da soja?
A ferrugem asiática, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, é uma das doenças mais comuns e severas nas lavouras do país. Como o nome indica, essa é uma doença que surgiu na Ásia, e chegou ao Brasil na safra 2001/2002, no Paraná.
Desde então, há diversos focos da doença em todo o Brasil, com o fungo se disseminando por todas as regiões agrícolas brasileiras, sobretudo nas regiões produtoras de soja.
Segundo Marcos Queiroz, Líder de Fungicidas da Syngenta, a ferrugem asiática é caracterizada pelo surgimento de pequenos pontos escuros no tecido foliar. “Estes pontos dão um aspecto de ferrugem à planta, daí seu nome”, explica.
Já na porção inferior da folha, aparecem pequenas saliências chamadas urédias. “As urédias são bolsas onde se concentram os esporos reprodutivos do fungo”, complementa o especialista.
Quais são os danos agronômicos e econômicos da ferrugem asiática?
Queiróz explica que, conforme a ferrugem asiática se desenvolve, as folhas da planta de soja se tornam amarelas, secam e caem. “Este processo compromete a obtenção de energia da planta, o que afeta a formação dos grãos”, comenta.
Exatamente por isso, a ferrugem asiática é a principal responsável por grandes perdas na produtividade da soja, sendo motivo de grande preocupação por parte de produtores desta oleaginosa em todo o Brasil.
“Devido à celeridade de seu avanço e disseminação pela lavoura, a doença gera anualmente prejuízos de até R$2,8 bilhões, e pode levar a perdas de até 90% da produção, atingindo principalmente plantações de soja”, complementa Queiroz.
Além do mais, é importante estar muito atento a algumas condições que facilitam a disseminação da ferrugem asiática:
Clima favorável
Períodos chuvosos, de elevada umidade do ar e prolongado molhamento foliar (acima de 6h) são altamente favoráveis para o desenvolvimento do fungo.
Temperaturas entre 18 e 28°C, especialmente à noite
Quando ocorre a infecção, estas temperaturas são altamente favoráveis. Já temperaturas amenas à noite (abaixo de 16°C) podem desfavorecer a infecção.
Presença de inóculo na área
A presença de ferrugem na região configura-se como um importante alerta de risco. Por isso, é preciso ficar atento a relatos de ocorrência e a dados de coleta de esporos disponibilizados por entidades de pesquisa.
Cultivares suscetíveis
Existem significativas variações quanto à suscetibilidade das cultivares à ferrugem. Mas é essencial entender que, quanto mais suscetível for a cultivar, maior o risco com a doença e mais rápida a evolução.
Como combater a ferrugem asiática da soja?
Apesar de sua rápida propagação, a doença pode ser controlada antes mesmo de seu aparecimento. Segundo Marcos Queiroz, há uma série de soluções que podem ser utilizadas para que o produtor controle a ferrugem da soja e aumente a produtividade e rentabilidade de sua lavoura.
Métodos de controle e manejo da ferrugem asiática na cultura da soja
O especialista explica que o enfrentamento eficaz requer o uso de medidas distintas em diferentes frentes e momentos do plantio.
“É essencial ressaltar que a estratégia de combate depende das características de cada produção, por isso é importante uma avaliação customizada para traçar um plano consistente de ação”, recomenda.
Manejo Consciente
Queiróz explica que a Syngenta trabalha com base no Manejo Consciente das lavouras, um conjunto de estratégias que visam garantir a produtividade do campo freando a evolução de doenças. As ações são baseadas em quatro pilares essenciais:
- Estabelecer boas práticas agronômicas;
- Conhecimento dos produtos utilizados;
- Respeitar os direcionamentos técnicos da bula; e
- Utilizar tecnologias adequadas de aplicação.
Dentre essas boas práticas de prevenção, o vazio sanitário (de no mínimo 60 dias) adquire grande importância nas estratégias de manejo.
O vazio sanitário caracteriza-se como o período de ausência de plantas vivas de soja no campo durante a entressafra. Isso leva à redução da quantidade de esporos do fungo nesse período, em razão da ausência do hospedeiro principal.
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