Muitas pessoas ainda são reticentes em investir em ações sustentáveis, principalmente em meio à crise econômica atualmente enfrentada. Afinal, investir na sustentabilidade é caro, mas traz retornos? Fazendas modelo, que priorizam ações sustentáveis, já entendem que tudo isso não é considerado um custo, e sim investimento que visa o lucro. O que pode dificultar a adoção da sustentabilidade em fazendas é o tempo de retorno do investimento. Isso porque os retornos são de médio a longo prazo.
No entanto, o fazendeiro deve ter ciência de que os benefícios em reputação e competitividade são notáveis, onde a sustentabilidade tem grande função para aprimorar a percepção de riscos anteriormente internalizados no custo da fazenda.
Tal afirmação é confirmada pela coordenadora executiva do GTPS (Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável), Beatriz Domeniconi; a abordagem "sustentável" envolve a capacidade de gestão de diferentes recursos. Dessa forma, segundo ela, pode-se dizer que a médio e longo prazo, os impactos sejam sentidos não necessariamente no custo, mas na redução do risco dentro da atividade.
Na atividade pecuária, costumamos dizer que “quanto mais eficiente ela for, mais sustentável ela se torna”. Para Beatriz, essa afirmação é verdadeira na maioria dos sistemas de produção brasileiros, baseados em pastagens tropicais.
“Pastagens, quando bem manejadas, são altamente produtivas e capazes de mitigar efeitos negativos da pecuária no meio ambiente”, explica. Além disso, por meio de um melhor manejo, a produtividade tende a aumentar, aumentando também a rentabilidade da atividade. Uma afirmação deve ficar clara: “A atividade conduzida de forma mais sustentável pode não reduzir custo, mas aumentar a receita! ”.