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Conheça o algodão ecológico: alternativa para o sistema agroflorestal

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Produzir algodão em sistemas agroflorestais sempre foi um sonho de muitos agricultores. Uma recente pesquisa (projeto Floresta de Algodão) realizada em áreas experimentais próximas a Cuiabá indica que isso pode se tornar uma realidade.

Conduzida pelo Centro Tecnológico Vocacional em Agroecologia (CVT-Agroeco) na Fazenda Experimental da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), essa pesquisa vem mostrando que a cadeia produtiva do algodão agroecológico pode atender a demanda por este produto com uso de matérias-primas, técnicas e manejos ecológicos.

Essa é também uma opção para produtores que já trabalham com agroflorestas, gerando renda e contribuindo com o desenvolvimento sustentável e com baixo impacto socioambiental. 

Algodão Agroecológico: entenda o que é

Assunto base da pesquisa realizada pela UFMT, o algodão agroecológico consiste em um sistema de produção onde não há o uso de insumos sintéticos obtidos de fontes não renováveis que podem causar danos ao ambiente e à saúde do ser humano. 

Segundo Henderson Gonçalves Nobre, pesquisador e coordenador do projeto Floresta de Algodão, a produção agroecológica agroflorestal busca imitar os processos que naturalmente ocorrem na natureza. 

Com esse modelo de produção conseguimos diminuir o custo de produção, gerando impactos positivos tanto na dimensão econômica, quanto ambiental e social, pois insere agricultores familiares que estavam excluídos da cadeia produtiva do algodão”.

O pesquisador salienta que o cultivo dessa matéria-prima representa mais uma opção para os produtores que já trabalham com agroflorestas, resultando em baixo impacto socioambiental.

Nossa pesquisa aponta que a produção do algodão agroecológico agroflorestal é bastante viável, pois conseguimos chegar ao final do ciclo do algodão, representado pela etapa da colheita, sem utilizar agrotóxicos”, complementa.

Excelente opção para produtores que trabalham com agroflorestas

Segundo o pesquisador da UFMT, o ponto de partida do projeto Floresta de Algodão foi a inserção de mais biodiversidade, promovendo assim um maior equilíbrio no sistema de produção. 

Dentro da área, as árvores, ao serem podadas, auxiliam no processo de disponibilização de nutrientes que as raízes do algodão não teriam acesso. Adotamos também o complemento da adubação feita com fontes orgânicas, como pós de rocha, compostagem e biofertilizantes”. 

Já o controle de doenças e insetos, potencialmente pragas no algodão convencional, foram feitas a partir de insumos biológicos, sendo que o arranjo mais diversificado promoveu uma maior atuação de insetos que atuam como inimigos naturais.

Com essas e outras medidas, Henderson Nobre salienta que o plantio do algodão em agrofloresta é uma boa opção para que agricultores, principalmente os familiares, possam ter uma renda no curto prazo.

O ciclo do algodão é mais curto, girando em torno de 5 meses é o ciclo do algodão, enquanto outras espécies da agrofloresta, caso das frutíferas ou madeiráveis, aguardam o período de produção, que é mais longo”. 

Além do mais, o algodão regenerativo de fonte sustentável tem uma grande procura pela indústria têxtil da moda, que vem sendo demandada pelos consumidores que se preocupam com o processo de produção sustentável das fibras.

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Cadeia produtiva une agroecologia e indústria da moda

Além de criar alternativas para desenvolver a cultura do algodão agroecológico, o projeto Floresta de Algodão pretende também contribuir para o fomento do mercado têxtil que tem uma grande demanda por algodão, que é uma das principais matérias-primas do segmento.

Neste cenário, a UFMT se uniu à FarFarm, empresa parceira do projeto na criação e desenvolvimento da cadeia produtiva. 

A expertise da empresa na promoção da produção de fibras naturais para a indústria têxtil visa contribuir com as atividades do cultivo do algodão agroecológico desde a concepção do projeto até a venda do produto final.

Estamos trazendo essa cultura regenerativa do algodão de uma forma muito coletiva, estamos compartilhando os conhecimentos e nossas práticas com a Agroecologia. A perspectiva de aliar modernidade, contemporaneidade e conhecimento ancestral é que faz o projeto se desenvolver, bem como o de cuidar do meio ambiente e das pessoas trabalharem satisfeitas”, destacou Beto Bina, fundador e sócio da FarFarm.

Bina vê o mercado consumidor mais exigente quanto à produção de produtos que causam baixo impacto socioambiental. Segundo ele, essa é uma grande métrica que as empresas precisam cumprir. 

As grandes empresas da moda pretendem até 2030 ter seus materiais rastreados, certificados e de origens sustentáveis. Porém, no Brasil, apenas 0,1% do algodão utilizado pela indústria têxtil é orgânico.

Estamos olhando para essas marcas que querem transformar suas cadeias produtivas e comprar materiais responsáveis e percebemos os sistemas agroflorestais como uma ótima alternativa para atender o desejo de produtores de algodão e do mercado têxtil”, finaliza Bina.

Você ainda não sabe o que é agrofloresta? Confira nosso artigo exclusivo e saiba tudo sobre as agroflorestas

Inverno 2023: Guia de Manejo de Pastagens

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No Brasil, as pastagens constituem a base econômica da nossa exploração pecuária, sendo responsável por grande parte da produção nacional de carne e de leite. Para termos uma ideia, cerca de 95% da carne bovina é produzida em regime de pastagens.

Essa particularidade mantém a competitividade do nosso produto no mercado internacional, apresentando menor custo e grande eficiência, além de não competir com a alimentação humana. Porém, o inverno de 2023 chegou e a estacionalidade de produção de nossas pastagens se faz presente novamente. Ela é marcada por um período crítico hibernal, quando as baixas temperaturas e a reduzida precipitação limitam o desenvolvimento das plantas forrageiras.

Por conta disso, produtores devem ter atenção ao manejo de suas pastagens neste período e no período que o antevêem. Eles devem adotar estratégias e manejos específicos para potencializar o resultado de sua criação mesmo sob clima frio.

Para discutir este importante tema, entrevistamos Daniel Casagrande - Professor da Faculdade de Zootecnia e Medicina Veterinária da UFLA e Especialista em Forragicultura e Pastagens -, e, preparamos um Guia gratuito, para que você descubra as melhores práticas e dicas de manejo de pastagens durante o inverno.

Confira o que você encontrará no Guia:

  • Importância do manejo adequado de pastagens 
  • Espécies com melhor comportamento no período de inverno 
  • Estratégias de manejo para enfrentar o inverno
  • Suplementação durante o inverno 
  • Cuidados extras que devem ser tomados no inverno
  • Técnicas de monitoramento das pastagens
  • Estratégias no período pós-inverno

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Conheça o morango fênix: mais precoce e com sabor mais doce

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De origem europeia, com textura carnosa e muito suculenta, o morango é um pseudofruto de grande aceitação do grande público, principalmente por ajudar na prevenção de doenças e na redução do colesterol e dos níveis de glicemia.

No mundo, existem cerca de mais de 20 espécies descritas, com muitos híbridos e cultivares. Já no Brasil, a Embrapa Clima Temperado desenvolveu uma cultivar nacional de morango, conhecida como Morango BRS DC25 (Fênix).

O morango Fênix se destaca pela precocidade do início da produção dos frutos e pelo maior equilíbrio entre o açúcar e a acidez.

Para conhecer mais sobre essa variedade, a Agrishow Digital conversou com o pesquisador Sandro Bonow, melhorista e um dos responsáveis pelo trabalho de avaliação, seleção e desenvolvimento dos morangos na Embrapa Clima Temperado (RS).

Cultivar BRS DC25 (Fênix): mais precoce, aumentando a janela de produção

Desenvolvido pelo Programa de Melhoramento Genético de Morangueiro da Embrapa, o morango Fênix é um cultivar nacional de morango que se destaca pela maior precocidade do início da produção dos frutos.

Essa é uma característica que permite um intervalo menor entre o plantio e o início da colheita, aumentando a janela de produção por até sete meses (de junho a dezembro) e estendendo a oferta de frutas de qualidade. 

Para o produtor, Bolow destaca que essa precocidade maximiza o retorno econômico pela obtenção de preços mais elevados em período anterior às principais cultivares disponíveis no mercado. 

Dependendo da região plantada, a Fênix é capaz de produzir frutas cedo, preenchendo uma janela de produção onde os preços estão mais altos aos produtores”.

O desenvolvimento da cultivar contou com a participação da Embrapa Hortaliças (DF), Embrapa Meio Ambiente (SP) e Embrapa Uva e Vinho (RS).

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Principais características do Morango Fênix

Sandro Bolow ressalta que a Fênix é uma cultivar que foi selecionada com base nas características de arquitetura de planta, densidade de folhagem, comportamento em relação a pragas e doenças, produtividade, precocidade de produção e pelo tamanho, firmeza, forma, cor e sabor da fruta. 

Outra grande característica citada pelo melhorista da Embrapa é sua boa produtividade. “Esse é um cultivar de morango que possui um potencial de mais de 1,2kg/planta na safra, dependendo das condições de cultivo”.

Apresenta também frutas grandes e firmes, que são mantidas ao longo da safra. “As frutas se destacam por sua firmeza e crocância, com excelente período pós-colheita”, complementa Bolow. 

O material também se destaca pelo ótimo equilíbrio entre açúcar e acidez, o que resulta em frutas de sabor mais doce, atendendo à preferência dos consumidores no mercado nacional. A principal recomendação de uso do morango Fênix é para consumo fresco.

Essa é uma variável que foi testada por produtores parceiros em diversas regiões do país (RS, SC, PR, SP e DF). Quanto ao cultivo, a recomendação é para as regiões Sul e Sudeste do Brasil.

Mais autonomia ao setor produtivo do morango

Segundo os responsáveis pelo desenvolvimento deste material, a disponibilização da BRS DC25 (Fênix) atende a uma demanda do setor produtivo, que sempre reivindicava autonomia no acesso a novas cultivares. 

Os materiais atualmente utilizados pelos produtores são, majoritariamente (95%), de genética norte-americana. Parte das mudas é produzida no Chile e Argentina (30%), principalmente, o que aumenta os custos de produção e o valor da comercialização de morangos no Brasil. 

A outra parte é produzida por viveiristas nacionais que também adotam cultivares majoritariamente norte-americanas (70%).

Diante deste cenário, o desenvolvimento de variedades brasileiras, aliado a um sistema de produção de mudas adequado, ajuda a diminuir a dependência de cultivares estrangeiras, dando mais independência de escolha para o produtor. 

Isso pode impactar na redução dos custos com aquisição de mudas. Também garante que as divisas geradas pelo setor, como os royalties das variedades e o lucro da produção de mudas, fiquem no País.

Além disso, Bolow destaca que o desenvolvimento de cultivares brasileiras, dentro das condições climáticas nacionais, sem perder o potencial produtivo, têm potencial de contribuir para alavancar todos os elos da cadeia produtiva de morangos no Brasil.

Ter uma cultivar brasileira beneficia toda a cadeia, desde laboratórios produtores de matrizes, viveiristas produtores de mudas e os próprios produtores de frutas”, complementa o pesquisador.

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O portfólio de cultivares tende a crescer

No último 22 de junho, a Embrapa publicou um edital de oferta pública para produtores e laboratórios interessados na multiplicação da nova cultivar de morangueiro BRS DC25 (Fênix).

Para os viveiristas, estão sendo disponibilizados 80 lotes compostos por 250 plantas matrizes, ao valor de 2,4 mil reais cada lote. Já para os laboratórios, são quatro lotes compostos por 15 estacas de plantas básicas, ao valor de 500 reais cada lote. 

Mas, além da Fênix, a Embrapa, por meio das ações dentro do programa de Melhoramento Genético de Morangueiro, pretende disponibilizar, ao longo do tempo, um portfólio de cultivares de morangueiro que atendam às principais demandas do setor produtivo.

Cultivares adaptadas às diferentes regiões produtivas e aos diferentes sistemas de produção utilizados no país, como cultivares de dias neutros, estão em desenvolvimento pelo programa”, complementa Sandro Bolow.

Assim, depois de 23 anos, Bolow comemora a volta da Embrapa ao mercado de cultivares de morangueiro, que é uma demanda muito forte do setor produtivo nacional, envolvendo desde laboratórios produtores de matrizes, viveiristas e produtores da fruta. 

Nossa ênfase final é atender a demanda do consumidor, fazendo com que ele tenha frutas de boa qualidade e de bom sabor para consumo”, completa.

Continue acompanhando a Agrishow Digital e saiba tudo sobre as inovações e novidades da agropecuária brasileira

Dia do suinocultor: como alcançar a sustentabilidade na suinocultura?

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No último dia 24, comemoramos o dia do suinocultor. E, mesmo diante das dificuldades, há muito a se comemorar, principalmente com significativo aumento no consumo de carne suína em 2023.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Kantar, empresa especializada em dados, insights e consultoria, os números revelam que o consumo passou de 4,6% em 2021 para 7,6% em 2022 e chegou a 9,1% neste ano.

Esses números corroboram com o destaque do Brasil no mercado internacional. Figuramos na quarta colocação entre os maiores produtores e exportadores global, ficando atrás apenas da China, União Europeia e Estados Unidos.

Mas tão importante quanto atender o mercado interno e externo, a carne suína brasileira precisa, cada vez mais, ser produzida com as regras de sustentabilidade.

Para comentar sobre este tema, conversamos com Iuri Machado, Consultor de mercado da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) e com Airton Kunz, pesquisador da área de meio ambiente da Embrapa Suínos e Aves.

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Suinocultura brasileira: 9,1% do consumo de proteínas animais

A produção brasileira de carne suína fechou 2022 como a quarta maior produtora e exportadora do mundo, sendo também uma das que mais cresceu nos últimos anos. 

Foram abatidos 56,4 milhões de cabeças, totalizando 5.186.303 toneladas de carcaças, sendo que 1.013.739 de toneladas de carne in natura (19,5% da produção) foram exportados para mais de 90 países. 

O consumo interno ultrapassou os 19 kg per capita/habitante/ano, sendo a proteína que mais ganhou espaço na mesa do brasileiro nos últimos 5 anos. No primeiro semestre de 2023, os números mostram que o consumo chegou a 9,1%.

Essa alta é resultado de um trabalho conjunto entre os diversos setores que compõem nossa suinocultura. A tecnologia, por exemplo, desempenha um papel importante, permitindo melhorias na produção, eficiência e qualidade dos produtos.

Por outro lado, a sustentabilidade vem sendo motivo de muitas discussões no segmento. Produtores e pesquisadores focam na redução dos efeitos da suinocultura sobre o meio ambiente, tornando a produção mais sustentável.

Exigência do mercado crescente estimula a adoção de medidas de sustentabilidade

A suinocultura brasileira vem rapidamente se expandindo, visando atender a demanda de consumo interno e externo de carne suína, produtos e derivados.

Mas, o impacto ambiental causado pelo manejo inadequado dos dejetos líquidos de suínos pode causar severos danos ao meio ambiente e, segundo Airton Kunz, isso pode comprometer nossos produtos em mercados mais exigentes.

Na nossa suinocultura, a sustentabilidade vem sendo uma clara exigência daqueles mercados mais sensíveis às questões ambientais. Assim, estratégias que atendam o mercado de carbono e reduzam a emissão de gases do efeito estufa se destacam e contribuem com a competitividade da cadeia”.

Iuri Machado, que atua na cadeia da carne suína, acredita que a sustentabilidade já faz parte do DNA da suinocultura brasileira, seja na atenção ao meio ambiente, no social, no econômico e no cuidado com os animais (bem-estar) e, segundo ele, a explicação para isso é simples.

O crescimento da produção e da participação no mercado internacional da suinocultura brasileira na última década não seriam possíveis sem a adoção de práticas sustentáveis adotadas por toda a nossa cadeia”. 

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Dicas para tornar a suinocultura brasileira mais sustentável

Impulsionada pela preocupação com as mudanças climáticas, a sustentabilidade tem ganhado cada vez mais importância na cadeia produtiva da carne suína, pautando não só as ações dentro da atividade, mas também as escolhas dos consumidores.

Por isso, é essencial que todo projeto de suinocultura adote as seguintes medidas sustentáveis:

Sistemas de tratamento dejetos dos animais

Graças ao avanço dos processos sustentáveis, o manejo de dejetos de suínos deixou de ser um problema e passou a oferecer novas oportunidades para suinocultores.

Assim, os dejetos de suínos, quando tratados podem ser utilizados como insumos de outras atividades como fertirrigação de pastagens e lavouras. 

Outra opção é a compostagem destes dejetos para uso em outras propriedades como adubo orgânico.

Biodigestores

O biodigestor é um equipamento que recebe os dejetos dos animais e realiza um processo de biodigestão anaeróbica. O resíduo sólido se sedimenta no fundo e a parte líquida passa por um filtro interno, é depurado, filtrado e resulta em um efluente mais limpo e com menor contaminação.

Os biodigestores sequestram o carbono, reduzem a emissão de gases de efeito estufa e ainda possibilitam o uso do biogás para geração de energia elétrica e/ou calor”, indica Iuri Machado.

Já Airton Kunz explica um crescimento expressivo do uso do biometano em soluções de mobilidade. “Após sua produção, o biogás é purificado e transformado em biometano. Este, por sua vez, é utilizado em soluções de mobilidade”, complementa.

Adequações na dieta dos animais (reduzindo a emissão de gases poluentes)

Outra opção muito viável visando a sustentabilidade é adequar a dieta para aumentar a digestibilidade e reduzir o uso de nutrientes com potencial poluente. 

O consultor da ABCS indica o uso de aditivos melhoradores de desempenho ou mesmo o melhoramento genético. “O foco dessas soluções é melhorar a conversão alimentar e reduzir a quantidade de ração necessária para produzir a mesma quantidade de carne”.

Promover o bem-estar animal

Há muitos anos a suinocultura brasileira tem dado atenção especial ao bem-estar animal nas questões relacionadas às instalações, adequação de manejos e educação das pessoas envolvidas diretamente na atividade de produção. 

Hoje o Brasil não somente tem uma legislação específica para BEA, alinhada com os conceitos da OIE, mas também as empresas têm estabelecido protocolos mais amplos que a própria legislação”, complementa Iuri.

Investir em energia limpa

Além do aproveitamento do biogás, proveniente de biodigestores, para geração de energia ou aquecimento dos animais, muitas granjas também fazem uso da energia fotovoltaica para abastecer as granjas.

Com isso, conseguem reduzir o consumo energético de fontes não renováveis, como os derivados do petróleo.

Por fim, tanto o pesquisador da Embrapa Suínos e Aves quanto o consultor da ABCS indicam que essas são medidas essenciais para garantir a sustentabilidade da nossa suinocultura. 

Essas são medidas que certamente vão contribuir imensamente com a sustentabilidade de todo o sistema de produção da suinocultura”.

Então, se você é suinocultor, você tem muitos motivos para comemorar o seu dia, seja pelo aumento da produção e do consumo, seja pela busca incessante por uma produção mais sustentável.

Quer saber mais? Leia este artigo e conheça o robô que ajuda no ganho de eficiência de granjas de suinocultura no Brasil

Uso da radiação ultravioleta cresce na agricultura e proporciona muitos benefícios

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Um recente estudo conduzido pela Embrapa Meio Ambiente em parceria com a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) mostra que a UVC (radiação ultravioleta C), quando aplicada em doses adequadas, tem o potencial de controlar a podridão azeda da laranja-lima.

Com elevado poder germicida, os pesquisadores adotaram o uso da radiação UVC para ter frutos mais firmes, sem alteração de características físico-químicas e com retardo no processo de amadurecimento.

Para entender mais sobre o uso da radiação ultravioleta na agricultura, suas possibilidades e benefícios, a Agrishow Digital conversou com integrantes deste projeto de pesquisa. 

Entendendo o que é radiação ultravioleta (UV)

A radiação ultravioleta (UV) é a radiação eletromagnética ou os raios ultravioleta com um comprimento de onda menor que a da luz visível e maior que a dos raios X. 

O nome significa mais alta que a violeta (do latim ultra), pelo fato de que o violeta ser a cor visível com comprimento de onda mais curto e maior frequência.

Segundo Daniel Terao, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente e coorientador do projeto de pesquisa, a radiação ultravioleta (UV) é uma faixa da luz de ondas curtas com comprimento que vai de 100 a 400 nm (nanômetros) sendo classificada em:

  • UVA: de 320-400 nm
  • UVB: de 280 – 320 nm
  • UVC: de 100 – 280 nm

Em nossa pesquisa, temos estudado o uso da radiação UVC (radiação ultravioleta C) que, quando aplicada em doses adequadas, pode controlar a podridão azeda da laranja-lima”, complementa o pesquisador.

radiação na agricultura

Uso da Radiação Ultravioleta C na pós-colheita de frutas

Na pesquisa realizada pela Embrapa/Unicamp foi utilizada a radiação ultravioleta C. Segundo Terao, essa parte do espectro solar não alcança a terra já que os comprimentos de onda abaixo de 290 nm são absorvidos pela camada de ozônio da atmosfera.

Como característica central, o pesquisador salienta que a radiação UVC tem elevado poder germicida, beneficiando frutas na pós-colheita. 

Diante dessa característica, usamos luz artificial nesse comprimento de onda para estudar o seu efeito no controle de doenças pós-colheita de frutas, reduzindo ocorrências como a podridão”.

Além do controle direto de fungos que causam podridões em frutas, a radiação também UVC tem um efeito benéfico na fisiologia da fruta, retardando o processo de amadurecimento e consequentemente prolongando o tempo de vida útil da prateleira do produto.

Detalhes sobre a pesquisa realizada pela Embrapa/Unicamp

A pesquisa citada neste artigo foi realizada durante o mestrado de Adriane Maria da Silva na Unicamp, em parceria com a Embrapa Meio Ambiente.

Inicialmente, a ideia era a de identificar o fungo causador da podridão azeda na laranja-lima, identificando o Geotrichum citri-aurantii. “Essa identificação era importante, pois fornece informações importantes sobre as características do patógeno, auxiliando a propor o melhor método para controle da doença”, destaca Adriane.

Feito isso, os pesquisadores utilizaram dois métodos de controle da podridão azeda: o tratamento hidrotérmico e a exposição à radiação UVC. 

Na avaliação do efeito da temperatura combinada com radiação UVC na germinação de esporos do fungo, o nível de exposição térmica por 35 segundos a 62ºC, quando adaptado a dose adequada de raios ultravioleta, teve a capacidade de inibir completamente sua germinação.

O tratamento também contribui com maior firmeza no fruto, além de não alterar as características físico-químicas do alimento.

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Ótima medida para substituir defensivos químicos

O tratamento pós-colheita de produtos vegetais constitui-se em um desafio permanente para agricultores, consequentemente isso chama a atenção de pesquisadores da área. 

Dessa forma, fatores com aparência e aumento do tempo de conservação dos produtos, principalmente frutas e hortaliças que são bastante perecíveis, são os principais alvos de melhoria dos tratamentos estudados. 

O pesquisador da Embrapa explica que os métodos de tratamento para controle de doenças pós-colheita, com o uso de defensivos químicos, têm sido bastante utilizados e funcionam bem. No entanto, há alguns empecilhos importantes. 

No processo químico ficam resíduos de substâncias químicas nos produtos, cujos níveis são cuidadosamente analisados, principalmente pelos mercados mais exigentes – como os países importadores da Europa e os Estados Unidos”.

Assim, em um contexto que busca mais saudabilidade e visa a segurança dos alimentos, há uma tendência mundial de diminuição dos níveis aceitáveis de resíduos nas frutas, acarretando na redução expressiva de níveis de tolerância de resíduos ou mesmo a proibição de uso de agentes químicos no tratamento pós-colheita. 

Diante disso, amplia-se o interesse de uso de uma tecnologia mais limpa e que seja alternativa ao uso de químicos, com destaque para os métodos físicos. 

Dentre eles, a radiação UVC, que não apresenta riscos de deixar resíduos nas frutas, é uma excelente opção, como foi comprovado na pesquisa citada.

A tecnologia no uso da radiação na agricultura continua avançando

Como mostrou a pesquisa realizada, a adoção da tecnologia de aplicação da radiação ultravioleta na agricultura é uma ótima possibilidade, mas depende da dosagem certa de radiação UV.

Para isso, Daniel Terao pontua que é necessário ter disponibilidade de um equipamento que possibilite a aplicação da dose correta indicada para cada espécie de fruta, de acordo com resultados obtidos em diferentes pesquisas.

O uso da dose incorreta da radiação UVC poderá acarretar em danos para a fruta. Por isso recomendo que o uso dessa tecnologia deve estar atrelado aos resultados obtidos na pesquisa científica”, complementa.

Neste cenário, o pesquisador explica que a Embrapa Meio Ambiente, em parceria com a Embrapa Instrumentação, está desenvolvendo um equipamento para aplicação da radiação UVC de forma modulada. 

O uso deste equipamento visa o aumento da eficiência do processo, sem causar danos à fruta”, finaliza.

Aproveite para conferir detalhes de uma outra pesquisa que usa a nanotecnologia para prolongar a vida útil do morango na pós-colheita

Plano Safra 2023/24: bioinsumos terão condições especiais

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Recentemente anunciado pelo Governo Federal, o Plano Safra 23/24, trouxe grandes novidades com relação à sustentabilidade. Uma dessas novidades é a possibilidade de descontos nos juros de custeio para a compra de bioinsumos.

Para o governo federal, este é um incentivo financeiro que vai ajudar, e muito, a subsidiar a iniciativa do agricultor na implantação de programas sustentáveis através do uso de bioinsumos, e ao mesmo tempo, contribuam com a segurança alimentar para a população.

Por isso, cabe aos agricultores conhecer os benefícios do uso de bioinsumos, assim como as novidades no Plano Safra que estimulam a adoção deste tipo de ferramenta focada na sustentabilidade.

Novo Plano Safra visa a adoção de práticas mais sustentáveis

Conhecido como o principal programa do Governo Federal para apoiar o setor agropecuário, o Plano Safra é sempre esperado com muita expectativa por produtores, como ressalta o CEO da Gênica, Marcos Petean

O lançamento deste plano é sempre muito esperado por oferecer linhas de crédito, incentivos e políticas agrícolas para todos os perfis de produtores rurais, desde os agricultores familiares até os grandes produtores”. 

Na sua versão 2023/24, Petean salienta que o novo Plano Safra incentiva o fortalecimento dos sistemas de produção ambientalmente sustentáveis. 

No Plano Safra 2023/24 houve redução das taxas de juros para recuperação de pastagens e premiação para os produtores rurais que adotam práticas agropecuárias consideradas mais sustentáveis

O uso de bioinsumos, por exemplo, passa a ser financiado pelo Plano Safra com taxas ainda mais atrativas, possibilitando a implantação deste tipo de boa prática agrícola em lavouras brasileiras.

Grande destaque ao uso de bioinsumos

Como você viu, no Plano Safra 2023/34, as medidas que visam a sustentabilidade se destacaram. A produção sustentável, especialmente aquela que usa bioinsumos, foi agraciada com condições especiais para agricultores que investem neste segmento.

Os insumos biológicos (ou bioinsumos) são produtos feitos a partir de microrganismos, materiais vegetais, orgânicos ou naturais e utilizados nos sistemas de cultivo agrícola para combater pragas e doenças e/ou para melhorar a fertilidade do solo e a disponibilidade de nutrientes para as plantas. 

Por apresentar baixa toxicidade e ser biodegradável, esse tipo de insumo é essencial para promover a agricultura sustentável”, complementa o executivo da Gênica.

Petean ainda salienta que os bioinsumos são ferramentas que promovem a sustentabilidade ambiental e dos negócios. “Bioinsumos ajudam a alavancar os resultados dos produtores utilizando menos recursos financeiros e contribuindo para a proteção da terra para as gerações futuras”. 

Dessa forma, um grande acerto do novo Plano Safra 2023/24 certamente são os benefícios e incentivos para a questão do desenvolvimento sustentável da nossa agropecuária.

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Tipos de bioinsumos mais comuns

O novo Plano Safra foca na oferta de condições especiais na busca por uma agropecuária mais sustentável, produtiva e ambientalmente equilibrada. Nesse contexto, o interesse pelos bioinsumos tem se tornado cada vez maior, com destaque para os seguintes tipos:

  • Agentes biológicos de controle: representados por organismos vivos que promovem o controle das pragas de maneira natural, agindo como predadores e inimigos naturais;
  • Bioestimulantes: produtos feitos a partir de substâncias naturais que, quando aplicados nas sementes, no solo ou nas plantas agem para melhorar o desempenho, a germinação, o desenvolvimento das raízes e demais processos fisiológicos das plantas;
  • Biofertilizantes: estes produtos são compostos por componentes ativos ou substâncias orgânicas animais, vegetais ou microbióticas, que atuam para aumentar a produtividade e melhorar a qualidade das plantas;
  • Condicionadores biológicos de ambientes: representam substâncias que melhoram a atividade microbiológica dos ambientes de produção;
  • Inoculantes biológicos: são aqueles microrganismos que focam na intensificação do processo natural de fixação biológica de nitrogênio, além de outras características benéficas para o desenvolvimento das plantas.

Vantagens para usuários de bioinsumos e biofertilizantes

Como já ressaltado, a sustentabilidade receberá condições especiais durante todo o ciclo do novo Plano Safra 2023/24, que figurará entre julho de 2023 e julho de 2024. 

Produtores que adotam práticas mais sustentáveis envolvendo e compram insumos biológicos ou bioinsumos receberão um desconto de 0,5% nos juros de custeio. 

A produção de bioinsumos e biofertilizantes também recebeu destaque no que se refere à recuperação de áreas prevista no RenovAgro, que substitui o antigo Plano ABC. 

O objetivo do RenovAgro é enfatizar a adoção de práticas sustentáveis no campo, como: 

  • Regeneração de territórios e de pastagens degradados; 
  • Implantação e a ampliação de sistemas de integração lavoura-pecuária-florestas; 
  • Adoção de práticas conservacionistas de uso do solo e 
  • Manejo e proteção dos recursos naturais.

Segundo Petean, o RenovAgro é uma evolução do Plano ABC, que era baseado na adaptação às mudanças climáticas e focado na criação de uma economia de baixa emissão de carbono na agricultura. 

A nova proposta está alinhada à tendência mundial da aplicação de novas e mais amigáveis ferramentas ao meio ambiente para o desenvolvimento sustentável, como é o caso dos bioinsumos, que promovem conservação e regeneração dos solos”, finaliza.

Aproveite para conferir nosso material exclusivo e conhecer as 7 principais novidades sobre o Plano Safra 2023/24.

Competitividade no Agro passa por Inovação e Governança

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A capacidade de manter a oferta de alimentos e matérias-primas renováveis tem ratificado a importância do agro brasileiro para o mundo. Os recordes de safra e as exportações crescentes reforçam o papel deste setor para o desenvolvimento socioeconômico de nosso país e para a segurança alimentar global, que inclui a saúde e a nutrição humana.

Contudo, o potencial do agro brasileiro é muito maior, pois temos oportunidade de ampliar nosso protagonismo mundial na produção sustentável de alimentos, fibras e energias renováveis.

A ciência agronômica tropical liderada pela Embrapa – aliada às áreas de pesquisa, desenvolvimento e inovação de empresas, cooperativas, indústrias e ao empreendedorismo do produtor rural – tem possibilitado a aplicação de técnicas, manejos e metodologias que garantem a disponibilidade de nutrientes no solo. Isso contribui para a preservação de florestas e outros biomas, ampliando a produtividade por hectare, com menos pressão sobre recursos naturais.  

Esse cenário revela que o agro brasileiro pode exportar mais tecnologias e serviços focados no mundo tropical, contribuindo para que outros países alcancem um patamar de elevada produtividade, associada à relação equilibrada com o meio ambiente. Com isso, poderemos continuar avançando na batalha contra a fome e as desigualdades.

A trilha do protagonismo não é fácil, ainda mais em um período de transformações geopolíticas, de mudanças no comportamento de investidores e consumidores, e de conflitos que ameaçam a paz mundial. Entretanto, o agro brasileiro é resiliente e tem superado obstáculos de todas as ordens, para manter uma trajetória de crescimento continuar contribuindo com a sociedade brasileira e com outros países.

Nesse sentido, dois pilares são fundamentais para o contínuo desenvolvimento do agro: governança e inovação. Um grau mais elevado de governança, tanto no setor privado como no âmbito público, e os investimentos em inovação, ajudarão a ampliar a competitividade e a produtividade das cadeias produtivas, nos aproximando ainda mais das metas de descarbonização.

Por serem dois temas estratégicos ao agronegócio, é importante conhecer o trabalho realizado por diferentes atores do mercado, para aprimorar a governança e conhecer novas tecnologias, em desenvolvimento ou que já podem ser aplicadas.

Desse modo, o 22º Congresso Brasileiro do Agronegócio (CBA), um dos principais eventos do setor no Brasil, reunirá especialistas para tratar do tema Brasil Agro: Inovação e Governança, por meio de quatro painéis: Cadeias Produtivas e Inovação; Inovação e Mercados; Geopolítica e Governança; e Governança e Perspectivas. Uma realização da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) e da B3, a bolsa do Brasil, o CBA acontecerá no dia 7 de agosto, em formato híbrido.

O evento também abordará como o aprimoramento da governança passa pela união entre a iniciativa pública e o setor privado, para que seja formulada uma narrativa positiva e realista do agro brasileiro, para regulamentação do mercado de carbono, fortalecer as instituições nacionais para promover novos acordos comerciais e apoiar instituições internacionais multilaterais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC). Já a inovação resulta em competitividade, rentabilidade, redução de custos, aprimoramento de processos e práticas sustentáveis, com menos emissão de carbono.

As janelas de oportunidades estão abertas para o agro brasileiro liderar a produção sustentável de alimentos no mundo. Ao aprimorar a governança e investir em ciência e inovação, nosso setor manterá sua posição de mantenedor da segurança alimentar, colaborando para a harmonia mundial.

Por Gislaine Balbinot, diretora-executiva da ABAG – Associação Brasileira do Agronegócio

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Saiba tudo sobre o guia de finanças sustentáveis do Pacto Global

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No final de Maio, o Pacto Global da ONU (maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo), apresentou sua mais recente plataforma de ação, a Agro Sustentável. Dentro dessa plataforma, o Guia Prático de Finanças Sustentáveis no Agro se destaca. 

Esse é um material que visa auxiliar as empresas na adoção das melhores práticas em toda a cadeia de valor, fornecendo maior visibilidade sobre oportunidades de investimentos sustentáveis. 

Com informações detalhadas sobre linhas de crédito, investidores, orientações para elegibilidade aos financiamentos e casos de sucesso, o Guia de Finanças Sustentáveis pretende inspirar e auxiliar o crescimento sustentável dos negócios.

Para entender melhor sobre as oportunidades geradas por este guia, a Agrishow Digital conversou com Aline Leão, Gerente da Plataforma de Ação pelo Agro Sustentável, Pacto Global da ONU no Brasil. Confira!

Entendendo o que é o Pacto Global

Lançado em 2000 pelo então secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, o Pacto Global não é um instrumento regulatório, um código de conduta obrigatório ou um fórum para policiar as políticas e práticas gerenciais. 

É, acima de tudo, uma iniciativa voluntária que fornece diretrizes para a promoção do crescimento sustentável e da cidadania, por meio de lideranças corporativas comprometidas e inovadoras.

O Pacto Global é também uma iniciativa que chama as empresas à alinharem suas estratégias e operações aos dez princípios universais nas áreas de Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Anticorrupção e desenvolverem ações que contribuam para o enfrentamento dos desafios da sociedade.

Essa é hoje a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo, com mais de 16 mil participantes, entre empresas e organizações, distribuídos em 70 redes locais, que abrangem 160 países”, complementa Aline Leão.

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Finanças sustentáveis no agro: Mais modernas e com menor impacto ambiental

Preservar o meio ambiente e os recursos naturais é um dos maiores desafios das empresas na atualidade.

As empresas de todo o mundo já entenderam que devem atuar como agentes sociais. Para isso, devem exercer, na prática, uma gestão sustentável voltada para a defesa e para a preservação do meio ambiente, inclusive na área de finanças.

Essa é uma exigência dos próprios consumidores, que hoje buscam por esse tipo de postura e querem consumir produtos e serviços apenas de quem defende o planeta.

No caso das empresas e produtores rurais brasileiros, o cenário é o mesmo. Segundo Aline Leão, o mercado exige destes agentes a adoção de uma série de medidas.

Para que o Brasil possa produzir mais com menor impacto ambiental, as empresas precisam investir em conhecimento, tecnologia e assistência técnica. Já o produtor precisa aumentar a produtividade por hectare, recuperar e melhorar solos degradados ou com baixa produtividade, além de restaurar a vegetação nativa”. 

Nestes cenários, o acesso às finanças e mecanismos sustentáveis é fator determinante.

As finanças sustentáveis são representadas por investimentos financeiros direcionados às atividades econômicas que respeitam as pessoas e preservam o meio ambiente. É a união de dois conceitos: finanças e sustentabilidade.

Guia de finanças sustentáveis do agro: entenda o que é

Diante do crescimento de alternativas de financiamentos vinculados às práticas sustentáveis no agronegócio, é essencial entender os diversos instrumentos disponíveis para o desenvolvimento de produtores de todos os tamanhos.

E é com esse objetivo que o Pacto Global da ONU lançou o Guia Prático de Finanças Sustentáveis no Agro, presente dentro da plataforma de ação: a Agro Sustentável.

Disponível na forma online e gratuita, o guia de finanças sustentáveis é um material que tem o objetivo de reunir e promover as boas práticas financeiras para empresas do agronegócio. 

Dentre as muitas recomendações, este guia reúne conhecimentos sobre diferentes linhas de crédito e instrumentos financeiros para a agropecuária, independentemente do tamanho da organização, englobando pequenos produtores ou grandes empresas.

Esse guia foi desenvolvido pela equipe brasileira do Pacto com apoio do BID Invest e parceria da NINT.  Outras empresas também compõem o comitê do Projeto de Finanças Sustentáveis, caso da Bonsucro, Vert Capital e Sicredi.

Segundo a Gerente da Plataforma de Ação pelo Agro Sustentável do Pacto Global da ONU no Brasil este guia foi criado com o propósito de difusão do tema finanças sustentáveis. 

Nosso guia inclui apresentação dos principais modelos financeiros sustentáveis disponíveis para pequenos, médios e grandes produtores. Conta ainda com casos de sucesso das empresas líderes em seus segmentos e exemplos de boas práticas do setor. É uma excelente ferramenta para iniciar a jornada no tema!”, salienta.

Guia de finanças sustentáveis e ESG: relação direta

O Guia de Finanças Sustentáveis no Agro é uma iniciativa bastante importante ao mostrar o poder de impacto do setor empresarial brasileiro.

Com este Guia, o Pacto Global procura chamar a atenção para a letra G (Governança), do ESG (acrônimo em inglês para Environment, Social e Governance, ou seja, Meio-Ambiente, Social e Governança, em português). Também visa elevar a importância de ter um equilíbrio entre este tripé para todas as organizações.

Do ponto de vista da Governança, Aline Leão cita um artigo da Brazil Conference (2021) para ressaltar que este guia traz um panorama dos diferentes Agros do Brasil. “A agricultura moderna e de alta produtividade restringe-se a uma parcela de 16% das propriedades rurais, enquanto a maior parte não tem acesso a insumos e tecnologia”, diz. 

Dessa forma, adotar finanças sustentáveis contribui para a redução dos riscos ESG (Ambientais, Sociais e de Governança), além do desenvolvimento de uma economia mais sustentável. 

Essa é uma necessidade cada vez mais presente na cadeia de valor do agronegócio”, finaliza a Gerente da Plataforma de Ação pelo Agro Sustentável.

Para ter acesso ao Guia Prático de Finanças Sustentáveis no Agro, clique aqui.

Desafios e Benefícios da Integração Lavoura Pecuária (ILP) | Agrishow Conecta

Video-Desafios e Benefícios da Integração Lavoura Pecuária (ILP) | Agrishow Conecta

Já pensou em aderir aos Sistemas Integrados, mas não sabe por onde começar? Então o terceiro episódio do Agrishow Conecta é para você!  

A Integração Lavoura Pecuária, popularmente conhecida como ILP, é um sistema que integra agricultura e pecuária através do sinergismo que existe entre ambas. No Brasil, a sucessão de culturas e a rotação de culturas são os modelos mais comuns, no entanto, existem diversas maneiras de aplicar esse conceito em sua produção.  

Nosso entrevistado, Cristiano Magalhães Pariz, consultor agropecuário, explica sobre os maiores desafios de adotar ILP e ressalta os benefícios que esses sistemas trazem ao meio ambiente em longo prazo.  

Ele também registrou um passo a passo sobre como fazer a adoção da ILP. Quer saber como?  

Aperte o play para conferir a entrevista completa e inscreva-se no canal para acompanhar todos os vídeos do Agrishow Conecta! 

 

Como manter saúde e eficiência no Solo? | Agrishow Conecta

Video-Como manter saúde e eficiência no Solo? | Agrishow Conecta

A saúde do solo vem sendo discutida cada vez mais. Neste quesito, os produtores precisam ser eficientes, tanto na questão econômica, quanto na questão ambiental, afinal, garantir os parâmetros de sustentabilidade, também impacta positivamente na produtividade.  

No segundo episódio do Agrishow Conecta, entrevistamos Luiz Denardin, Engenheiro Agrônomo e Doutor em Ciência do Solo. Conversamos sobre a importância de aliar as tecnologias de insumo às tecnologias de processos e manejo, para garantir um grau maior de sustentabilidade. Luiz também nos explicou sobre a importância dos sistemas integrados de produção na eficiência do solo e compartilhou dicas importantes para obter um solo saudável.  

Aperte o play para conferir a entrevista completa e inscreva-se no canal para acompanhar todos os vídeos do Agrishow Conecta!