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As tecnologias beneficiadas pelo 5G no agronegócio

Article-As tecnologias beneficiadas pelo 5G no agronegócio

A chegada da quinta geração de redes móveis e de banda larga, o chamado 5G, é aguardada com ansiedade pelos produtores rurais.

Estima-se que a velocidade 5G alcance, em média, um gigabyte por segundo, o que a torna dez vezes mais rápida que o 4G. Logo, as tecnologias poderão ser mais aproveitadas na agricultura, resultando em maior produtividade nas lavouras e na criação de animais.

Para entender mais sobre os impactos do 5G no agronegócio, conversamos com Yanis Stoyannis, professor de Segurança de Telecomunicações e Internet do Instituto Daryus de Ensino Superior Paulista (IDESP). Acompanhe!

Benefícios do 5G para o agronegócio

Segundo Stoyannis, a evolução tecnológica alavancada pelo 5G viabilizará a integração de todo o ciclo da cadeia de alimentos, contribuindo para uma produção mais sustentável, o que é essencial para atender adequadamente a demanda crescente de suprimentos alimentícios para a população mundial.

O professor também comenta que a sustentabilidade tem se tornado cada vez mais crítica e a sociedade cobra os produtores rurais nesse sentido, exigindo que eles invistam mais em tecnologias que tornem a agricultura e a pecuária mais sustentáveis.

“O 5G pode auxiliar no enfrentamento desses problemas, ao alavancar tecnologias que possam minimizar os efeitos na produção de alimentos, seja através da automação de tarefas, que muitas vezes são realizadas manualmente com árduo esforço e baixa eficiência operacional ou por meio do gerenciamento da cadeia produtiva”, diz Stoyannis.

Ele prossegue: “É possível utilizar a tecnologia visando minimizar as altas taxas de perdas de alimentos ou ainda pelo controle eficiente de uso pesticidas, para minimizar os impactos na saúde da população, baratear os custos de produção e impedir a contaminação do solo e lençóis freáticos.”

Tecnologias beneficiadas pelo 5G no agronegócio

Stoyannis acredita que o 5G trará para o campo a capacidade de interconexão de dispositivos com algumas características, que vão depender do escopo de cada projeto e seus objetivos, como a alta densidade de dispositivos conectados, que é essencial para monitorar áreas rurais de grandes extensões.

Questionado sobre quais tecnologias serão beneficiadas pelo 5G no agronegócio, o professor observa:

“As soluções que estão tornando o setor agro mais inteligente incluem a Inteligência Artificial e o Machine Learning. Ou seja, o aprendizado por reforço, onde tarefas exigem repetição e alta precisão, o que possibilita o emprego de robôs.

Desafios para a implementação do 5G no campo

Apesar de ser inovador, ainda há muitos desafios que devem ser superados para que a implementação do 5G no campo tenha sucesso em todo o país.

Para Stoyannis, o principal obstáculo enfrentado pelos agricultores é o fato de o Brasil ter uma dimensão continental, com muitas regiões que ainda têm uma cobertura de internet muito deficitária.

“Muitas regiões do Brasil sequer tem cobertura para a comunicação móvel existente. O motivo é que muitas vezes o investimento para alcançar áreas remotas é extremamente elevado, pois, as redes móveis dependem de um sistema central, denominado de core, para funcionar. E o retorno financeiro pode ser insuficiente para alavancar essa iniciativa”, opina o professor.

Por esse motivo, Stoyannis acredita que o agronegócio precisa identificar valor na solução 5G para que se torne uma aposta viável.

Em suas palavras: “É essencial que a tecnologia 5G aplicada para o campo atenda aos requisitos de grande alcance, por meio do uso de antenas de alta capacidade de cobertura, estabelecer um modelo mais simplificado de implantação e que a relação custo-benefício possa viabilizar os projetos".

*Conteúdo criado pela equipe da Futurecom Digital. Acesse aqui o artigo original.

Quer saber mais sobre o uso de tecnologias no agro? Acesse o material exclusivo da Agrishow sobre as últimas inovações tecnológicas no campo!

Como lidar com o aumento no custo de produção dos alimentos?

Article-Como lidar com o aumento no custo de produção dos alimentos?

Dia após dia, o agricultor precisa enfrentar muitos desafios e preocupações e, no atual contexto, o maior deles está relacionado à elevação do custo de produção dos alimentos

Prova disso é o Índice de Preços de Alimentos da FAO, que em março de 2022 mostrou 159,3 pontos, um aumento de 17,9 pontos (12,6%) em relação a fevereiro, dando um salto gigantesco para um novo nível mais alto desde seu início em 1990. 

Quais fatores estão relacionados com o aumento no custo de produção dos alimentos?

A alta do dólar, a inflação crescente, a elevação do preço dos combustíveis e os conflitos internacionais armados são grandes causadores do aumento no custo de produção dos alimentos. 

Estas questões também são causas dos elevados gastos com insumos que produtores vêm tendo nos últimos meses. Dados da CNA mostram que, de janeiro de 2020 a março de 2022, os preços nominais dos principais fertilizantes tiveram alta de 288%. Já os preços da soja, milho e trigo aumentaram 110%. 

Todo esse cenário mostra que as margens do produtor se retraem mês a mês. Tal fato vem exigindo a adoção de estratégias de gestão e controle de custos de produção

Para entender mais sobre esse desafio, conversamos com Tiago Pereira, assessor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Ele cita algumas estratégias e dicas para melhor enfrentar o cenário de alta no custo de produção dos alimentos. Acompanhe!

Alta no custo dos alimentos

Todo produtor precisa investir na melhoria da gestão de seus custos

Não há outra opção. Realizar a gestão de custos é a estratégia mais eficiente para enfrentar a alta no custo de produção de alimentos. 

“Por meio da gestão de custos o produtor terá condição de avaliar os fatores de produção que comprometem em maior eficiência do seu sistema de produção. Por outro lado, é também a análise detalhada do custo que indicará eventuais gastos passíveis de serem reduzidos”, salienta Tiago Pereira. 

Exatamente por isso, há anos o Sistema CNA/Senar, por meio do Projeto Campo Futuro e da Assistência Técnica e Gerencial, busca meios de difundir a administração econômica e financeira dos empreendimentos. “Diante da alta dos custos de produção, a administração dos empreendimentos é sempre importante”, complementa Pereira. 

Além do mais, alterações do manejo podem ser alternativas para redução de custo e a tomada de decisão de quais práticas devem ser usadas. 

Porém, essas alterações devem ser sempre acompanhadas de assistência técnica, para que seja a mais adequada e assertiva para a realidade específica de cada produtor. 

Quais práticas ajudam o produtor a lidar com a alta no custo de produção dos alimentos?

Dentre as práticas já consolidadas, o assessor técnico da CNA cita: 

  1. Análise de solo: “Essa é uma forma de mensurar o nível de fertilidade, a necessidade de correção e suplementação nutricional adequada àquela realidade de solo e cultura”, diz Pereira; 
  2. Manejo Integrado de Pragas, Doenças e Plantas Daninhas (MIPD): esse tipo de manejo indicará o nível de infestação e de dano econômico a ser considerado no controle, além de sugerir o uso de diferentes métodos que vão desde o controle físico até o controle biológico de pragas, doenças e plantas daninhas; 
  3. Acompanhamento próximo das condições de ambiente: junto a esse acompanhamento, é importante também haver uma avaliação da necessidade e importância da irrigação de precisão para a cultura em questão; 
  4. Organização para compra coletiva de insumos e ampliação do poder de barganha.

 

Adote estratégias para mitigação dos riscos associados ao custo de produção

Outra excelente dica para contornar a elevação do custo de produção dos alimentos é adotar estratégias para mitigar os riscos relacionados a essa situação. Para isso, Tiago Pereira sugere que o produtor rural deve: 

  • Acompanhar as tendências de mercado, tanto para compra de insumos quanto para a venda da produção; 
  • Conhecer o custo de produção. 

Segundo o assessor técnico do CNA, o comportamento sazonal dos preços já auxilia muito na mitigação dos riscos associados ao mercado. “Esse comportamento sazonal permite uma tomada de decisão mais assertiva do momento de compra e venda da produção”, diz. 

Para algumas culturas, instrumentos de hedge (estratégias de proteção dos investimentos) já se encontram disponíveis no mercado, como as opções privadas de venda, os contratos de venda futura, bem como contratos e operações de barter — que se balizam na troca de insumos por produto. 

Importante ressaltar que a decisão dos volumes e preços de compra de insumos e venda da produção, a serem considerados nas operações, devem ser coerentes com a realidade de custo. “O produtor deve garantir que as receitas cubram os custos operacionais e as margens sejam protegidas”, completa Pereira. 

Da mesma forma, outros instrumentos podem ser utilizados na mitigação de risco. Este é o caso dos produtos de seguro de faturamento, que associam na cobertura os riscos climáticos e de mercado.

Agricultor

Diversificação: mais uma opção para lidar com o custo de produção

Por fim, diversificar os sistemas de produção é, sempre que possível, mais uma recomendação para lidar com a alta do custo de produção dos alimentos. 

Para Tiago Pereira, diversificar fontes de renda é sempre uma alternativa a ser considerada dentro do processo de gestão ao passo que, normalmente, picos e vales de preço não ocorrem para todos os produtos agropecuários. 

“No processo de gestão da propriedade como um todo, a diversificação pode garantir que em momentos distintos uma atividade venha suprir o déficit financeiro deixado por outra, garantindo assim maior sustentabilidade econômica”, analisa. 

A tomada de decisão em prol da diversificação dos produtos deve considerar alguns fatores importantes:

  1. As condições de ambiente da propriedade e sua coerência com a cultura em potencial; 
  2. A existência de mercado demandante para o produto; 
  3. A possibilidade de agregação de valor e atendimento de nichos que valorizam o produto a ser inserido; 
  4. O potencial de rotação com outros cultivos e melhoria das condições de solo e sustentabilidade do ambiente de produção; e 
  5. Viabilidade de aproveitamento de máquinas, equipamento e know-how das culturas já praticadas na propriedade. 

 

CNA entrega proposta com pontos prioritários para a safra 2022/2023

Com o objetivo de ajudar o produtor a lidar com os últimos aumentos dos custos de produção, a Confederação Nacional de Agricultura (CNA) entregou, no dia 17 de maio, ao Ministério da Agricultura (Mapa) e à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) as propostas do setor para contribuir com o governo na construção do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2022/2023. 

O documento entregue apresentava 10 pontos prioritários para a próxima safra. Nele, a CNA pede mais recursos para ampliar a produção com o objetivo de garantir a segurança alimentar, gerar emprego, reduzir a pressão inflacionária sobre os alimentos e aumentar as exportações e o Produto Interno Bruto (PIB). 

Na construção do documento, a CNA avaliou o cenário atual e os desafios no curto e longo prazo, diante da insuficiência de recursos orçamentários, elevação dos custos de produção, falta de insumos no país, e perdas de produção e receita decorrentes de problemas climáticos, além das altas consecutivas na Taxa Selic. 

Com esse documento, a CNA mostra que está ao lado do produtor diante do desafiador momento de elevação do custo de produção dos alimentos no país. 

Quer saber mais sobre o assunto? Então faça o download deste material e veja como pequenos e médios produtores podem vender sua produção e lucrar mais com isso!

O lobo e o pecuarista

Article-O lobo e o pecuarista

O texto que vem a seguir é fruto de um vídeo que assisti de um contador de histórias encantador, cujo texto desconheço a autoria, e que adaptei ao Agro com o meu jeitão de contar histórias. Então, peço licença ao autor para lançar mão de seu conteúdo como uma prestação de serviço aos nossos queridos produtores. 

Era uma vez um pecuarista que vivia reclamando da vida. Ele não se conformava porque muitas pessoas à volta dele se davam bem e ele não. 

Então, revoltado, ele jurou para ele mesmo que falaria com o Criador para saber o que ele tinha que fazer para ter mais sorte na vida. Mas ele não estava disposto a morrer para ter essa conversa, hahaha. Então, ele presumiu que Deus deveria morar no fim do mundo. 

Determinado, um dia ele saiu de casa e andou, andou, andou, andou por um ano inteiro, em busca de Deus, e foi encontrando alguns seres pelo meio do caminho antes de chegar até o Criador. 

Primeiro, foi um lobo, fraco, frágil, magro e vendo o pecuarista pediu ajuda. O pecuarista se recusou a ajudá-lo, porque não podia se atrasar para o encontro com Deus. 

Aí o lobo pediu que ele apenas fizesse uma pergunta sobre o estado lamentável dele (do próprio lobo) quando encontrasse Deus. O pecuarista topou e seguiu o caminho. 

Meses depois, o pecuarista tropeçou na raiz enorme de uma árvore em suas andanças. Ele xingou pelo ocorrido e a árvore se desculpou. 

Então a árvore disse: “Moço, tem alguma coisa debaixo de mim que me incomoda demais, será que o senhor pode ver o que é? 

E o pecuarista respondeu: “De jeito algum, porque isso vai me tomar tempo e eu tenho que ter uma conversa séria com Deus para descobrir onde encontro sorte na vida”. 

E a árvore: “Mas então o senhor pode ao menos perguntar para ele como posso resolver o meu problema?”. 

“Se eu tiver tempo, eu pergunto”, disse o pecuarista que não ajudou a árvore e seguiu o seu caminho. 

Meses depois, durante suas andanças, ele encontrou uma moça linda, mas meio triste, e foi conversar com ela. A moça lhe deu um copo de suco refrescante, pediu que ele ficasse mais, porque ela se sentia muito solitária, mas o pecuarista disse que não tinha tempo, pois ele estava atrás da sorte dele e ia ter uma conversa séria com Deus. 

Então, ela disse: “Moço, será que o senhor pode perguntar para Deus por que eu me sinto tão triste?”. 

Ele disse: “Claro, mas agora me dê licença, porque não posso me atrasar. Preciso encontrar a minha sorte”. 

O pecuarista andou por mais longos meses até que chegou numa estrada que não dava para lugar algum. Ele, finalmente, chegou até o fim do mundo e ouviu uma voz: “Meu filho, eu já sei que você me procura”. 

O pecuarista: “Então é aqui mesmo que o Senhor, meu Deus, o Criador, mora? Então, meu Deus, eu estou caminhado tem mais de um ano porque eu preciso perguntar para o senhor por que sou tão sem sorte e por que nada dá certo para mim. O que tenho que fazer para ter mais sorte na vida? 

Deus, em toda sua sabedoria, respondeu: “Você precisa apenas ficar atento às oportunidades que surgem pela frente”. 

O pecuarista, todo animado, devolveu: “É só isso? Ah, então tá bom”. Agradeceu e virou as costas para ir embora porque queria encontrar logo a tal sorte que faria ele feliz. 

Então, Deus perguntou: “Você não está se esquecendo de nada, não?”. 

E o pecuarista: “Ahhh, é mesmo... encontrei um lobo, uma árvore e uma moça no meio do caminho e eles pediram para eu fazer algumas perguntas para o Senhor. 

Então, Deus respondeu todas as perguntas e o pecuarista voltou correndo para, finalmente, encontrar a sorte dele. 

Voltando pelo mesmo caminho, ele encontrou novamente aquela linda moça. Ele ia passando reto, todo apressado, esbaforido, quando ela gritou: 

“Moço, moço, vem aqui. O senhor encontrou com Deus?”. 

Ele disse: “Simmmm, mas eu tô com muita pressa. Fiz a sua pergunta e ele disse que a senhora é triste porque se sente muito solitária, e que quando um moço passar por aí, você deve convidá-lo para entrar, lhe dar um copo de suco refrescante e que a senhora encontrará o seu amor e será muito, mas muito feliz. 

A moça ficou feliz da vida: “É só isso, moço? Muito obrigada”. 

Ela mal terminou de agradecer, o pecuarista saiu correndo para chegar logo em casa e encontrar a tal oportunidade para ter mais sorte e felicidade na vida. 

Caminhou meses a fio e encontrou a árvore, que se encontrava dormindo. Passou bem devagarzinho, para que ela não acordasse e tomasse o tempo dele, mas não adiantou. A árvore acordou e ele foi logo dizendo: “Deus disse que esse mal-estar que a senhora sente por debaixo da senhora, com o todo o respeito dona árvore, é um monte de ouro que foi enterrado e atingiu as suas raízes. 

A árvore, muito satisfeita por ter descoberto a causa do desconforto, pediu ao pecuarista: “Moço, o senhor pode, por favor, me ajudar a desenterrar todo esse ouro que se encontra debaixo de mim?”. 

O pecuarista respondeu: “Mas nemmmmm pensar, ‘tô’ morrendo de pressa para chegar logo em casa e encontrar a tal oportunidade, que Deus me falou, para eu ter mais sorte na minha vida e a senhora querendo me atrasar?!? Sinto muito, dona árvore, mas vai ter que pedir ajuda para outra pessoa. 

E o pecuarista continuou em frente. Meses depois foi a vez de encontrar o lobo. O bicho estava um horror de tãããão magro. Parecia um tapete estatelado no chão, porque era pele e osso. 

Mesmo assim, ele avistou o pecuarista e teve forças para chamá-lo. O pecuarista ficou doido da vida, mas parou e deu atenção ao lobo: 

“Olha só, seu lobo, vamos rápido com essa conversa porque eu tenho que chegar logo em casa para encontrar a tal oportunidade que Deus falou e ter mais sorte na vida.” 

O lobo perguntou: “O senhor perguntou para Deus o que devo fazer para sair desta situação? Estou ficando cada vez mais fraco.” 

O pecuarista respondeu: “Deus disse que o senhor está assim porque não come há tempos, mas se o senhor comer qualquer coisa vai melhorar logo. 

O lobo questionou: “Qualquer coisa mesmo?”. 

O pecuarista: “Estou lhe dizendo exatamente o que o Criador falou para mim olhando nos meus olhos. Basta que o senhor coma qualquer coisa e já vai se sentir um lobo melhor, mais fortificado”. 

O lobo, que não era bobo, e nunca deixará passar uma oportunidade batida com a informação certa em mãos, agiu rápido: “Moço, eu sei que o senhor está com pressa para encontrar a tal oportunidade da sua vida e ter mais sorte, prosperidade e felicidade, mas, antes de ir, será que só podia me dar um abraço de conforto pelo meu estado?”. 

O pecuarista, para se livrar logo do lobo, disse: “Tá bom, mas vai logo porque eu ‘tô’ com pressa.” 

E o lobo: “NHACT”. Era uma vez um pecuarista... 

Moral da história: o pecuarista estava tão cego em busca da tal oportunidade para ter mais sorte na vida que não prestou atenção em nenhuma das oportunidades que passaram diante dos olhos dele. 

Lilian Dias é comunicadora Agro, possui MBA Executivo pela ESPM, com foco em habilidades de gestão de pessoas, práticas de liderança e marketing. É autora do e-book "Os Pilares do Agronegócio". Site: www.novoagro.com.br - Instagram: @jornalistalilian - E-mail: contato@liliandias.com.br  

Você já ouviu falar em pecuária de precisão? Aproveite e baixe nosso material gratuito que mostra as vantagens desse modelo e como implementá-lo na sua propriedade!

Os colunistas do Agrishow Digital são livres pra expressarem suas opiniões e estas não necessariamente refletem o pensamento do canal.

Qual rede social é mais relevante para o agro?

Article-Qual rede social é mais relevante para o agro?

Amigos e amigas do nosso agro, ouvi a pergunta que está no título desse artigo, com muita frequência, nos últimos eventos de agronegócio em que participei. Produtores rurais e profissionais do agro, de várias idades e de cidades diferentes, me fizeram esse questionamento, principalmente durante a última Agrishow, considerada o Réveillon do nosso agronegócio.  

Confesso que se trata de um tema estratégico e muito importante para o desenvolvimento de ações de marketing digital, mas também para ser considerado em uma estratégia de Omnichannel, assunto amplamente abordado no nosso artigo anterior. 

Para discorrermos sobre esse contexto, alguns pontos precisam ser considerados, como credibilidade, engajamento e impacto. Vamos analisar cada um deles dentro de quatro redes sociais: LinkedIn, Instagram, Twitter e YouTube.  

Por questões relacionadas ao tempo de maturação da rede, optei por não incluir o TikTok nessa análise.

Credibilidade das redes sociais

A credibilidade está associada à reputação de uma marca, informação ou conteúdo nas redes sociais.  

Na tabela a seguir, pontuamos de 1 a 3, sendo 3 a nota máxima, para o fator credibilidade atribuído pelas redes sociais analisadas. 

Rede Social 

Credibilidade 

Instagram 

LinkedIn 

YouTube 

Twitter 

Podemos observar que as maiores pontuações são atribuídas ao LinkedIn e ao Twitter. Isso ocorre porque o LinkedIn se configurou como fonte altamente confiável, uma vez que carrega atributos e elementos do ambiente de trabalho, como a publicação de informações de currículo ou de novo emprego, por exemplo.  

Já o Twitter se fixou como fonte jornalística, na qual se sobressaem a publicação e viralização de links de notícias informativas de portais e canais sérios e amplamente relevantes.  

Qual rede social tem mais engajamento no agro?

Essa pergunta realmente vale ouro, e conferir pontuação para cada uma das redes pode ser complicado. Explico: temos muitos recursos a serem utilizados, como vídeos, fotos e textos, e cada um desses recursos tem uma performance diferente em cada uma das redes.  

Mas, mesmo assim, arrisco-me a conferir pontuação, com base em minha experiência e projetos que realizamos e que estão em andamento. Sendo assim, a tabela ficaria dessa forma:  

Rede Social 

Engajamento 

Instagram 

LinkedIn 

YouTube 

Twitter 

Podemos constatar que o Instagram, por conta de seus muitos recursos e ferramentas de engajamento disponíveis, acaba se sobressaindo frente as outras redes neste quesito propriamente dito.

O poder do impacto nas redes sociais

Agora, vamos ao impacto. Para acabar um pouco com o suspense, já apresento a tabela abaixo, com as pontuações em cada uma das redes: 

Rede Social 

Impacto 

Instagram 

LinkedIn 

YouTube 

Twitter 

Reparem que Instagram, LinkedIn e YouTube obtiveram a nota máxima, enquanto o Twitter não teve esse desempenho.  

O fato se explica pela difusão das redes no agronegócio. Em conversas com produtores rurais e profissionais do agro, percebo que o Twitter é uma rede social que ainda não tem a abrangência e penetração das demais redes. Pode ser que esse contexto mude, pode ser que não mude.  

Mas o fato é que Instagram, LinkedIn e YouTube têm amplo impacto e audiência consolidada no agro, por conta de possibilitarem aproximação mais consistente com a audiência e registros da complexidade do agro. 

Por fim, qual a rede social mais relevante para o agro?

Agora, é questão matemática. Vamos somar os pontos? 

Consolidando a performance das redes nos quesitos credibilidade, engajamento e impacto, temos o seguinte:

Rede Social 

Números Finais 

Instagram 

LinkedIn 

YouTube 

Twitter 

Como podemos observar na tabela, configurou-se uma vitória apertada do Instagram e do Linkedin, com o segundo lugar atribuído ao YouTube e Twitter.  

É importante alertar que essa é uma análise pessoal, realizada pelo autor deste artigo, com base em conhecimentos, experiências e projetos realizados e em andamento.  

Importante frisar também que esse não é um veredito final e que você, com base em sua trajetória profissional, é a melhor pessoa para adaptar o conteúdo deste artigo às reais necessidades de sua empresa.  

Espero que tenham gostado dessa reflexão. Nos vemos no próximo texto, com a força do agro! Até lá.  

Rodrigo Capella é Diretor Geral da Ação Estratégica, empresa de comunicação e marketing com ampla experiência no segmento de agronegócio. Pós-graduado em Jornalismo Institucional, Capella (como é conhecido no mercado de agronegócio) é autor de diversos livros e artigos sobre comunicação e marketing. Idealizador do projeto “Alertas do Agronegócio”, que leva demandas do setor para o Executivo e o Legislativo, e fundador do site Marketing no Agronegócio (www.marketingnoagronegocio.com.br). 

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Meliponicultura: como funciona a criação de abelhas sem ferrão? | Agrishow Conecta

Video-Meliponicultura: como funciona a criação de abelhas sem ferrão? | Agrishow Conecta

Criação de abelhas sem ferrão: você já ouviu falar sobre isso? Existe uma parte específica da apicultura que trata da criação dessas espécies. O ramo da meliponicultura tem ganhado popularidade como fonte de renda e, também, como forma de preservação das abelhas e de seu papel fundamental para o ecossistema.

No quarto episódio do Agrishow Conecta, série do Agrishow Digital que liga você a especialistas e temas de destaque do agro nacional, o Chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Meio Ambiente, Cristiano Menezes, explica como funciona a criação de abelhas sem ferrão, destacando também a importância da meliponicultura para o agronegócio.

Confira a entrevista completa!

(Entrevista gravada no dia 25 de abril de 2022)

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ESG no agronegócio: o que é e como implementar? | Agrishow Conecta

Video-ESG no agronegócio: o que é e como implementar? | Agrishow Conecta

Assim como em qualquer outro setor, a sustentabilidade no agronegócio é fundamental, abrangendo não somente a parte ambiental como, também, os pilares social e de governança. São essas três partes que formam o chamado ESG, conceito que vem ganhando popularidade no mundo dos negócios.

No terceiro episódio do Agrishow Conecta, a nova série do Agrishow Digital que liga você a especialistas e temas de destaque do agro brasileiro, o pesquisador Marcelo Morandi, da Embrapa Meio Ambiente, explica o que é ESG e como essa abordagem pode ser implementada no agronegócio. Durante a entrevista, o pesquisador também fala sobre descarbonização da agricultura e de que maneira o produtor rural pode contribuir nesse processo.

Confira a entrevista completa!

(Entrevista gravada no dia 25 de abril de 2022)

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Planejamento de safra: guia completo

White-paper-Planejamento de safra: guia completo

Com o fim de um ciclo, começam os preparativos para o próximo. Antes do início de toda safra, o produtor precisa observar uma série de detalhes direta e indiretamente relacionados com sua produção — envolvendo etapas como análise de solo, planejamento de insumos e gestão financeira. Mas, por envolver várias partes da produção, muitas vezes o produtor rural tem dificuldade de se organizar no planejamento de safra.

Por isso, elaboramos um guia completo com todas as etapas necessárias para planejar o próximo ciclo de maneira completa e eficiente, otimizando as atividades e reduzindo custos e perdas.

No material exclusivo você confere:

  • A importância do planejamento de safra;
  • Etapas do planejamento que merecem total atenção (com o passo a passo de cada etapa);
  • Outros pontos para considerar no planejamento;
  • Bônus: checklist de planejamento de safra
  • E ainda mais informações importantes sobre o assunto!

Faça o download do material abaixo e garanta um planejamento mais eficiente para a próxima safra!

Como usar geoprocessamento e sensoriamento remoto na agricultura?

Article-Como usar geoprocessamento e sensoriamento remoto na agricultura?

A agricultura vive a era do conhecimento, da modernidade, da tecnologia de ponta e da agricultura de precisão. E dois representantes desse novo momento são a aplicação do geoprocessamento e do sensoriamento remoto na agricultura

Mas, mesmo sendo termos amplamente utilizados, não são todas as pessoas do meio que entendem o que é geoprocessamento e o que é sensoriamento remoto, nem sua ligação com a agricultura de precisão. 

Por isso, convidamos dois especialistas em agricultura de precisão para falar sobre estes conceitos e por que eles são tão importantes para uma agricultura que precisa ser cada vez mais produtiva e rentável. 

Geoprocessamento e sensoriamento remoto na agricultura: conceitos cada vez mais comuns

Tanto o sensoriamento remoto quanto o geoprocessamento são tecnologias que vêm sendo aplicadas com maior constância dentro da agricultura de precisão. Mas o que são essas tecnologias? 

Segundo Luis Gustavo Mendes, engenheiro agrônomo e fundador da Agribase, o geoprocessamento é caracterizado pela “análise de dados georreferenciados de atributos de interesse que possuem atrelados suas coordenadas geográficas para possibilidade de realizar tratamentos mais assertivos em campo”

Ainda sobre o georreferenciamento, Iêdo Bezerra Sá, Pesquisador da Embrapa Semiárido, explica que este conceito é representado pelo processamento informatizado de dados que tem uma cartografia associada. 

“O geoprocessamento utiliza programas de computador que permitem o uso de informações cartográficas e informações a que se possa associar coordenadas desses como mapas, cartas ou plantas”.

O que é o sensoriamento remoto na agricultura?

O sensoriamento remoto, por sua vez, é o estudo dos alvos de interesse, seja solo, planta ou produto, com o auxílio de sensores acoplados em plataformas aéreas, sejam drones, satélites ou aviões. 

No âmbito da agricultura, atualmente há inúmeros satélites, drones e sensores sendo utilizados para detecção de sanidade da vegetação, como: 

  • Mapas de biomassa (NDVI Normalized Difference Vegetation Index - índice de vegetação por diferença normalizada, NDRE, Normalized Difference Red Edge Index, entre outros); 
  • Mapas de altimetria e de declividade
  • Sensores de RADAR, entre outros. 

“Estes mapas são utilizados para manejar melhor as lavouras e conseguir ser mais eficiente no campo”, completa Mendes.

Como as imagens de satélite são geradas? 

Como vimos, o geoprocessamento e o sensoriamento remoto na agricultura estão relacionados, em parte, com as imagens obtidas por meio de satélite. Mas você sabe como elas são geradas? 

Iêdo Sá explica que as imagens de satélite são geradas em sistemas passivos, onde é feita a captura da radiação eletromagnética que é refletida pela superfície da Terra. O pesquisador da Embrapa explica que essa imagem é dita passiva porque necessita de iluminação do sol ou outra fonte de luz. 

“Esta radiação é captada por sistemas sensores que estão a bordo de satélites artificiais. Estes sensores têm a capacidade de medir a radiação eletromagnética refletida pelos alvos em faixas do espectro eletromagnético”

Esta diferenciação por faixa é interessante porque os materiais da superfície da Terra têm diferentes comportamentos em cada intervalo espectral — “daí a expressão comportamento espectral dos alvos”, diz Sá. 

Segundo o pesquisador, uns tem maior capacidade de absorver, enquanto outros de refletir ou de transmitir essa radiação incidente. “Estas características permitem inferir sobre a natureza de cada alvo imageado”, complementa. 

Uma vez capturada essa radiação, é feita sua transmissão para antenas de recepção em terra, por meio de telemetria, que as transformam em imagens de satélite e são distribuídas para diversas classes de usuários.

Qual a diferença entre imagens de satélite e fotografias aéreas?

Para georreferenciar áreas, as imagens de satélite e as fotografias aéreas são amplamente utilizadas. No entanto, ainda há dúvidas sobre essas imagens, principalmente quanto às suas diferenças. 

O pesquisador da Embrapa explica que a fotografia aérea é o resultado do registro de imagens, tomada de uma posição elevada ou diretamente acima do objeto de interesse, utilizando-se de uma câmera fotográfica posicionada em aviões, helicópteros, drones, balões, dentre outros. 

“Fotografias aéreas são de grande importância nas áreas de cartografia, estudos hidrológicos, agricultura, monitoramento ambiental e no âmbito militar. Normalmente cobrem pequenas áreas no terreno”, indica Sá. 

Já as imagens de satélite geralmente cobrem uma área muito mais ampla e, portanto, têm aplicações de maior escala, porém com menor especificação. 

Outra característica importante de diferenciação citada pelo pesquisador é a abrangência espectral que as imagens de satélite oferecem. “As imagens de satélite registram informações que vão do visível até a faixa do infravermelho termal. Esta condição confere maior gama de processamento, análise e uso integrado”

Quanto ao processamento de dados, Luis Gustavo Mendes salienta que as imagens de satélite são mais simples para processar. “Geralmente os satélites já possuem órbitas corrigidas e com uma imagem é possível realizar o processamento e criação dos mapas de interesse”

No caso dos drones e aviões, são tiradas várias fotografias aéreas que devem ser processadas em softwares dedicados para a criação da nuvem de pontos e dos mapas de interesse. “As fotografias aéreas exigem maior conhecimento dos profissionais envolvidos para criar os produtos e mapas de interesse”, complementa.

Usos do geoprocessamento e sensoriamento remoto na agricultura

Por meio de análises de dados de sensoriamento remoto, proximal ou qualquer outra fonte de dados georreferenciados, é possível produzir mais e manejar melhor as lavouras, sendo essencial para a redução de custos de produção e a otimização das atividades. 

Isso é possível porque o geoprocessamento e o sensoriamento remoto são importantes ferramentas de coleta, tratamento e análise de informações que dão suporte na tomada de decisão e auxiliam os gestores/produtores no âmbito da agropecuária de várias formas. 

Dentre as muitas possibilidades dessas tecnologias, Iêdo Sá destaca a importância dos zoneamentos agropedoclimáticos. “Os zoneamentos indicam onde e quando plantar, eficiência no uso de insumos por intermédio da agricultura de precisão, controle de pragas e doenças e maximização da produtividade”

Além disso, com a utilização dessas ferramentas é possível: 

  • Avaliar a aptidão ou restrição das terras para uso agrícola por cultivo;
  • Elaboração de mapas de produtividade;
  • Monitoramento de pré-colheita e pós-colheita de cultivos agrícolas;
  • Planejar as atividades e as melhores práticas de manejo e conservação da terra;
  • Otimizar o uso da água; e
  • Atender as normativas legais do código florestal brasileiro.

“Diante das suas muitas possibilidades, o geoprocessamento de dados aliado ao sensoriamento remeto representam o futuro da agricultura, sendo essencial para redução de custos de produção e otimização das atividades agrícolas do mundo todo”, finaliza Mendes. 

Para saber mais sobre o uso de tecnologias de agricultura de precisão, confira nosso infográfico exclusivo sobre drones, RPAs e VANTs

Cigarrinha do milho: como evitar os danos causados à plantação?

Article-Cigarrinha do milho: como evitar os danos causados à plantação?

Um inseto de pequenas dimensões, mas que gera grande preocupação aos milharais brasileiros: estamos falando da cigarrinha do milho

Essa é uma praga que não apenas provoca prejuízos diretos, mas principalmente transmite doenças com alto potencial de danos à lavoura de milho, de forma indireta. 

As perdas ocasionadas pelo enfezamento do milho e viroses transmitidas pela cigarrinha do milho podem chegar a mais de 90%, essencialmente quando se utiliza um híbrido sensível ao complexo de enfezamento. 

Para evitar essas drásticas consequências, entenda tudo sobre o ataque da cigarrinha do milho nas lavouras e veja quais são as melhores estratégias e medidas para controle desta que é uma das principais pragas do milho no país!

Cigarrinha do milho: o que é?

A cigarrinha do milho (Dalbulus maidis) é um inseto pertencente à ordem Hemiptera e à família Cicadellidae, de pequeno tamanho (3,5 mm a 4,7 mm de comprimento), com alta adaptação às condições ambientais do Brasil e de alto impacto econômico para a cultura do milho. 

Visualmente, a cigarrinha é um inseto de cor branco-palha, podendo apresentar-se levemente acinzentada, mas também podem ser observadas manchas negras no abdômen — que podem ser mais evidentes em indivíduos desenvolvidos em climas com temperaturas mais amenas. 

Cada fêmea pode colocar de 400 a 600 ovos durante seu ciclo. A temperatura ideal para incubação gira em torno de 26°C a 28°C e dura de 8 a 10 dias. A longevidade dos adultos pode chegar a 8 semanas.

Cigarrinha do milho

Leandro Boncompagni, Gerente de Marketing de Inseticidas da Syngenta, explica que a preferência de hospedeiro da cigarrinha são espécies do gênero Zea, sendo mais comum na cultura do milho. “Porém foi observado sua visitação em outras gramíneas como Sorgo, Braquiarias, Milheto, etc.”, complementa. 

Paulo Garollo, Especialista de Desenvolvimento de Mercado para Cultura do Milho no Cerrado da AgroBayer, salienta que a presença da praga ocorre desde a fase de estabelecimento da cultura do milho, com preferência a plantas jovens e, geralmente, infestando das bordas para dentro da lavoura. 

“Este inseto é altamente migratório e com hábito de buscar plantas mais jovens para se alimentar. Por isso, plantios escalonados promovem oportunidade de manutenção e incremento populacional desta praga”, explica.

Quais são os danos causados pela cigarrinha do milho?

Por ser um inseto-vetor de patógenos, os danos causados pela cigarrinha do milho se dão, quase que totalmente, de forma indireta. 

Neste caso, o dano é causado quando a praga, durante o processo de alimentação, transmite patógenos causadores dos enfezamentos pálido e vermelho, e da virose do raiado fino no milho

O que é enfezamento do milho? 

O complexo de enfezamento do milho é o nome dado às doenças transmitidas pela cigarrinha do milho. “Estas doenças são causadas por duas bactérias da classe dos Mollicutes. Poderão ocorrer de forma conjunta ou isoladas, dependendo da contaminação da praga”, explica Garollo.

Virose do raiado fino

O raiado fino no milho, por sua vez, é causado pelo Maize rayado fino vírus (MRFV), que é transmitido pela cigarrinha. A doença ficou conhecida como Raiado Fino. A cigarrinha no milho transmite o MRFV após período de incubação variável entre 8 e 37 dias, e mantém a capacidade de infectar por um a 20 dias. 

Independentemente dessas doenças, é importante que o produtor fique atento aos danos diretos. A presença da cigarrinha no milho em altas populações pode promover a perda de vigor por sucção de seiva, especialmente nos estádios fenológicos (fases de crescimento) iniciais da cultura do milho.

O que a cigarrinha provoca no milho? Veja os principais sintomas

Alguns são os sintomas da infestação com a cigarrinha do milho, principalmente em relação ao enfezamento, como explica Boncompagni. 

“Plantas com enfezamento pálido apresentam, inicialmente, largas listras descoloridas, amareladas ou verde limão na base das folhas infectadas. Posteriormente, todas as novas folhas emitidas pelas plantas apresentam o mesmo sintoma”

O gerente de marketing ainda ressalta que as folhas mais velhas apresentam coloração amarelada ou mesmo com tons vermelhos, com os primeiros sintomas aparecendo entre três e quatro semanas após a inoculação. 

A planta infectada, dependendo da idade em que ocorreu a infecção, pode apresentar encurtamento dos internódios (regiões do caule da planta entre dois nós), pequenas bonecas e espigas, deformações do pendão (flor macho do milho) e deformação ou total ausência da inflorescência feminina. 

Já quando a infecção ocorre em plantas mais desenvolvidas, as listras amareladas podem aparecer somente na bainha das folhas mais velhas ou nas folhas da gema floral e nas palhas das espigas verdes. “Em alguns casos, os sintomas podem ter manifestação muito leve ou mesmo estar totalmente ausentes”, complementa Boncompagni.

Sintomas do enfezamento vermelho do milho 

As plantas com enfezamento vermelho, por sua vez, apresentam os primeiros sintomas depois da segunda semana de infecção. As folhas mais velhas se tornam avermelhadas e, posteriormente, toda a planta se torna extensivamente avermelhada ou amarelada, dependendo da reação da cultivar. 

Podem ocorrer, também, encurtamento dos internódios, perfilhamento e desenvolvimento de várias gemas florais. “Essas características dão à planta a aparência de arbusto, que podem afetar também as espigas em desenvolvimento, com enchimento incompleto dos grãos”, indica o gerente da Syngenta. 

Quais os sintomas da virose do raiado fino no milho?

Os sintomas decorrentes do raiado fino aparecem com idade entre 8 e 14 dias, como pontos cloróticos sobre as nervuras das folhas, tomando aspecto de riscas que se projetam da base em direção ao ápice da folha. Estes sintomas também podem ser visualizados nas folhas de plantas adultas. 

Eles exigem um controle/monitoramento muito eficiente da presença da cigarrinha do milho na lavoura, além da adoção de soluções tecnológicas específicas para o milho.

Como controlar a cigarrinha do milho?

Para ter um melhor controle da cigarrinha do milho, Garollo e Boncompagni explicam que há diversas práticas de manejo que precisam ser adotadas conjuntamente.  

Boncompagni sugere que, para que seja feito um manejo mais eficiente, devem ser considerados três pilares

  1. Tolerância genética; 
  2. Manejo de sistema (milhos tigueras na soja); 
  3. Manejo químico.

Lavoura de milho

Com base nestes pilares, os dois especialistas ressaltam como medidas fundamentais para controle da cigarrinha do milho

  • Eliminação do milho “tiguera” (voluntário); 
  • Tratamento de sementes com produtos específicos; 
  • Aplicação de inseticidas químicos em conjunto aos biológicos; 
  • Utilização de híbridos mais tolerantes (especialmente nos períodos de maior risco de ocorrência); 
  • Maior controle de ervas daninhas; 
  • Rotacionar os modos de ação nas aplicações de produtos inseticidas; 
  • Aplicações complementares de bordadura entre as aplicações de área total; 
  • Maior cuidado na regulagem da colheitadeira — “Com essa medida, o produtor irá evitar perdas de grãos ou espigas”, indica Garollo; 
  • Cuidar para evitar perdas de grãos no transporte e rotação de materiais genéticos no mesmo talhão.

Importante ressaltar, também, que o uso de produtos químicos do grupo dos neonicotinoides são importantes nos estádios fenológicos em que ocorra presença de ninfas, dada sua ação translaminar (que penetra e se redistribui rapidamente no local tratado). 

Outra dica é usar, preferencialmente, produtos de contato nos estádios fenológicos iniciais da planta, quando chegam exclusivamente insetos adultos. 

Quer mais dicas relacionadas ao plantio de milho? Então veja as sugestões de um especialista sobre como corrigir o solo para cultivo de milho!

AgNest Farm: conheça iniciativa de apoio a novas startups do agro | Agrishow Conecta

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As atuais demandas do agronegócio brasileiro trazem oportunidades únicas de inovação que podem garantir ainda mais produtividade e sustentabilidade ao setor. As startups do agro, ou AgTechs, são um exemplo de empreendedorismo que atua com esse propósito de encontrar novas soluções para a produção rural.

No segundo episódio do Agrishow Conecta, nova série do Agrishow Digital que liga você a especialistas e temas de destaque do agro nacional, a atual Chefe Geral da Embrapa Meio Ambiente, Paula Packer, fala sobre o AgNest Farm, nova iniciativa da Embrapa de apoio a soluções tecnológicas inovadoras para o agronegócio no país. Considerado o primeiro Farm Lab do Brasil, o AgNest tem a proposta de funcionar como um ecossistema de fomento à tecnologia e inovação por meio do incentivo a novas startups do agro.

Confira a entrevista completa!

(Entrevista gravada no dia 25 de abril de 2022)

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