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Inovações tecnológicas no plantio de tomate: busca de eficiência para conseguir mercado

Article-Inovações tecnológicas no plantio de tomate: busca de eficiência para conseguir mercado

A cultura do tomate é uma das principais olerícolas do Brasil. O fruto tem alto valor nutritivo, o que o destaca como alimento funcional, sendo fonte de vitaminas e licopeno. Os tomates são divididos em alguns tipos: salada, saladete e especiais, também conhecidos como mini tomates ou gourmet.

Estes tomates especiais são a nova vedete do mercado de tomates no Brasil e são concebidos para agregar valor ao produto final, diferenciando-os quanto ao sabor, aparência, tamanho, formato, qualidade e até pela inovação de mercado que representam.

A vantagem da produção de tomates especiais é o preço pago pelo produto final, bem superior ao valor não apenas do tomate comum, mas também de outras hortaliças convencionais. Porém, para garantir rendimentos elevados, o cultivo de tomates especiais necessita de grande investimento em tecnologia e mão de obra especializada, tornando seu plantio totalmente automatizado.

Inovações tecnológicas disponíveis para automatização do plantio do tomate

Para o especialista em oleicultura e professor do curso de Agronomia da Unoeste, em Presidente Prudente (SP), Pedro Veridiano Baldotto, “o plantio do tomate pode ser praticamente todo automatizado com a utilização de máquinas para esta cultura”.

Além disso, para a maior eficiência da produção do tomate especial, o produtor precisa estar atento a todos os fatores que possam influenciar a qualidade do produto final, como disponibilidade de água, uso de fertilizantes e produção em ambientes protegidos e controlados.

E a irrigação?

A irrigação de tomates pode ser conduzida por aspersão, gotejamento ou via sulco. Na irrigação por aspersão ocorre o molhamento constante das folhas, que pode aumentar o risco de doenças fúngicas, assim como proporcionar a lavagem dos agrotóxicos.

Já a irrigação por sulcos é bastante utilizada no cultivo do tomate de mesa. O método consiste em fazer a água correr lentamente entre as fileiras de plantio. Embora este sistema tenha um custo de implantação pequeno, ocorre desperdício de água por percolação e também demanda de mão de obra é intensa.

Para a produção de tomates especiais, o indicado é a irrigação feita por gotejamento. Isso gera alta eficiência de aplicação de água, que possibilita a aplicação de fertilizantes e tem baixa utilização de mão de obra, porém tem elevado custo de implantação.

O uso de estufas: produção controlada em ambientes protegidos

Quando você pretende produzir algo diferenciado, não pode abrir mão de um manejo diferenciado também. Por isso, as estufas são instrumentos de proteção ambiental que vêm sendo bastante utilizadas para o controle total da produção de tomates gourmet.

Com o uso de estufas, todo o ambiente pode ser controlado, desde a temperatura, passando pela umidade e principalmente na função de impedir a infestação da lavoura por ataques de invasores.

Com o ambiente fechado disponibilizado pelas estufas, toda água recebida pelas plantas durante o ciclo produtivo será exclusivamente oriunda de fertirrigação, ou seja, água carregada de nutrientes.

Isso porque, em plantações altamente especializadas, o substrato (terra) escolhido é totalmente estéril, ou seja, sem a presença de nenhum nutriente, assim todo o nutriente necessário é oferecido juntamente com a água. A função do substrato será a de mero acondicionador da raiz.

Apesar de muito eficiente, as estufas modernas são bastante caras, sendo recomendadas somente para produções de tomates altamente especializadas, com alto valor de venda.

Por que usar a automatização em plantios de tomate?

O uso dos fertilizantes corretos, irrigação por gotejamento e controle de temperatura aliados a uma eficiente mecanização são essenciais para agregar valor ao tomate vendido a preços superiores que os tradicionais. O treinamento da mão de obra também será essencial, já que uma equipe bem preparada para colher a fruta no ponto certo será também um diferencial na garantia da qualidade do produto.

O professor Baldotto cita que “a automatização permite melhorar a qualidade do produto final, otimizando a utilização do uso da água, do ar, do solo e aumentando a eficiência do sistema produtivo”.

Quais as vantagens da automatização do plantio do tomate? 

Segundo o professor Baldotto, as principais vantagens da automatização estarão relacionadas com a redução do custo da mão de obra (tanto para o plantio, quanto para a aplicação de agrotóxicos), aumentando a eficiência e melhorando a qualidade do produto final.

Além disso, com a automatização haverá maior garantia na segurança dos funcionários e do próprio alimento (visto que, com maior controle, o uso de agrotóxicos tende a ser menor).

Em relação aos custos, há processos de automatização para todos os bolsos e sistemas de produção. O professor da Unoeste diz que nos dias de hoje a automatização pode ser utilizada pelo pequeno, médio e grande produtor.

No entanto, deve ficar claro que há algumas tecnologias que são acessíveis somente às grandes empresas produtoras de tomates gourmet, devido aos seus altos custos e especificidades técnicas.

Com a maior difusão da tecnologia, a automatização hoje é uma realidade entre os produtores de tomate. "E a tendência é que ela continue a crescer”, finaliza o professor Pedro Baldotto.

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