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Fermentado de açaí: conheça o novo “vinho brasileiro”

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Você imaginou beber uma bebida alcoólica muito semelhante ao vinho tinto, mas que não é feita de uva, e sim de polpa de açaí?

Produzida a partir de um fermentado alcoólico à base da fruta de origem amazônica, essa bebida é produzida pelo empreendimento Flor de Samaúma, dedicado ao ecoturismo e à bioeconomia em Macapá (AP).

Em uma análise realizada pela Embrapa Agroindústria Tropical (CE) este fermentado de açaí apresenta características físico-químicas e sensoriais semelhantes a alguns vinhos tintos. Também demonstrou aceitação de provadores, consumidores de vinho, indicando bom potencial de comercialização.

Principais características e composição do fermentado de açaí

Como já destacado, essa bebida alcóolica apresenta características físico-químicas e sensoriais semelhantes a alguns vinhos tintos, inclusive na sua composição. Os perfis físico-químicos deste fermentado revelam esta proximidade entre as duas bebidas. 

De acordo com o chefe-geral da Embrapa Agroindústria Tropical, Gustavo Saavedra, a bebida da polpa de açaí possui teor de álcool semelhante ao vinho. “Em nossas pesquisas o fermentado da polpa de açaí apresentou um teor alcoólico de 12%. De forma geral, os vinhos têm cerca de 15%”.

Os teores de açúcar desta bebida foram de 1 a 3 mg/l. Saavedra destacou que mesmo mais alto quando comparado ao vinho, a doçura desta bebida não é perceptível.

Quanto à acidez, ela também é um pouco mais alta que o vinho tinto. “Os vinhos, de forma geral, têm uma acidez titulável de 4 a 8 (pH).  Já o fermentado de açaí apresentou um pH de 7. Acredito que podemos trabalhar melhor essa acidez”, destaca Saavedra.

Os pesquisadores também identificaram que a quantidade de polifenóis era muito semelhante ao vinho, apresentando cerca de 2500 mg/L.

Além disso, o teor de proteínas, a presença de vitamina C e a intensidade de cor são outros pontos que aproximam as duas bebidas.

Em nossas pesquisas e análises, identificamos que muitas são as analogias do fermentado de polpa de açaí com o vinho tinto tradicional. Por isso, ele vem sendo chamado de vinho de açaí”, complementa o pesquisador da Embrapa.

A bebida surpreendeu provadores e teve boa aceitação

De acordo com o chefe-geral da Embrapa Agroindústria Tropical, o fermentado da polpa de açaí surpreendeu os provadores, que identificaram similaridades sensoriais com o vinho.

Avaliado por 50 pessoas que são habituais consumidores de vinho, a bebida apresentou uma aceitação de 74%, índice superior ao exigido para a comercialização do produto.

A aceitação foi avaliada em uma escala que varia de “desgostei muitíssimo” a “gostei muitíssimo”. Os participantes também foram perguntados sobre a intenção de compra utilizando uma escala de “certamente não compraria” a “certamente compraria”. 

Com essas pesquisas, Saavedra acredita que o produto apresenta grande potencial de inserção mercadológica, mas ainda precisa passar por ajustes tecnológicos e até estruturais.

Nossa ideia não era comparar o fermentado de açaí com o vinho. Tínhamos como principal proposta saber se as pessoas iam gostar dessa bebida e se teriam a intenção de compra”, salienta o pesquisador.

Desafios dessa bebida para ganhar mercado

Mesmo tendo uma boa aceitação de provadores, tanto a produção quanto a comercialização dessa bebida apresentam muitos desafios.

O primeiro destes desafios é produzir essa bebida em escala. “A produção de uvas para a fabricação do vinho é muito conhecida e usa técnicas milenares. Para o açaí, temos cerca de 10 anos de produção, além de produzirmos em baixa escala (especificamente para a produção do fermentado)”.

Outra dificuldade que ainda precisa ser superada é aliar a escala (quantidade) com uma produção de qualidade, além de um processo de transformação adequado para a produção da bebida.

De fato, uma das principais vantagens dessa bebida é sua produção sustentável e oriunda da Amazônia, mas é fundamental também investir em qualidade”, opina Saavedra. 

O chefe-geral da Embrapa Agroindústria Tropical destaca também que um outro grande desafio é a necessidade de estruturação da cadeia de produção e logística.

Ele salienta que o açaí é produzido na região amazônica, essencialmente no Amapá, Acre e Pará, dificultando a logística de transporte para outras regiões. 

Além disso, há a necessidade de organizar toda a cadeia logística de insumos, como garrafas de vidro, levedura e demais produtos.

Para superar esses desafios, uma ideia interessante, pelo menos em um primeiro momento, é vender essa nova bebida com um status premium, cujo público-alvo são aquelas pessoas que estão dispostas a pagar mais”, acredita Saavedra.

O potencial de mercado é grande, mas exige estruturação

Saavedra tem certeza de que o fermentado da polpa de açaí tem um gigantesco potencial de mercado. Mas para isso, ele sugere que o primeiro passo é não vender essa bebida como “vinho de açaí”.

Acredito que falta dar uma identidade única para essa bebida, separando-a da designação de vinho. O vinho já tem sua identidade e está relacionado à uva. O açaí precisa seguir o mesmo caminho e ter sua identidade própria”.

O pesquisador sugere realizar tentativas de nome e apresentação dessa bebida, principalmente para dar a característica amazônica para este produto.

Além disso, é preciso fazer com que este produto chegue ao consumidor, estimulando-o a comprar, degustar e gostar e recomprar.

Assim, os próximos passos são:

  • Estabelecer um nome que identifique essa bebida;
  • Realizar um estudo de mercado de potencial de inserção da bebida;
  • Estruturar toda a cadeia de produção e logística (processo de médio a longo prazo)

Por fim, Saavedra destaca que serão necessárias décadas de estruturação de toda a cadeia, em um planejamento de longo prazo. “Acredito que somente daqui a 10 ou 20 anos veremos a bebida alcoólica do açaí alicerçada no mercado”.

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Manejo integrado de pragas promove redução de até 50% na aplicação de inseticidas

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Em lavouras de soja, a presença de percevejos nas plantas tem se mostrado um grande desafio, principalmente porque produtores ainda não contam com variedades que sejam resistentes aos ataques.

Contudo, o manejo integrado de pragas (MIP) representa um conjunto de técnicas que representa uma alternativa bastante válida. E os números da Embrapa Soja comprovam isso.

Conduzida pela Embrapa Soja e pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), o Programa MIP-Soja tem dados que mostram que é possível reduzir em 50% o número de aplicações de inseticidas em lavouras da oleaginosa apenas com a aplicação das técnicas de MIP.

Para entender mais sobre a relevância do MIP para a soja conversamos com Daniel Sosa Gomez, pesquisador da Embrapa Soja e especialista em manejo integrado de pragas.

Entendendo o que é Manejo Integrado de Pragas (MIP)

Mais do que um conceito, o Manejo Integrado de Pragas (MIP) representa uma importante ferramenta de auxílio a ações estratégicas no controle de pragas baseada em conhecimento científico, que muito pode contribuir para a sustentabilidade econômica e ambiental da atividade agrícola.

Mas, muitos produtores ainda têm dúvidas sobre o que, de fato, é o MIP e como ele contribui com a proteção da lavoura de soja.

Daniel Sosa destaca que o MIP é um conjunto de práticas que envolvem o monitoramento de pragas por meio de amostragem para aplicação de inseticidas, apenas no momento apropriado.

O MIP também permite a pulverização de produtos mais seletivos aos inimigos naturais e menos impactantes ao ambiente e que devem ser aplicados antes que as pragas causem prejuízos econômicos. 

Decidir pela implantação do MIP na cultura da soja pode ser a melhor prática sustentável no campo. Esse é um método que oferece menor risco para o ser humano, animais e para o meio ambiente, além de diminuir o uso de defensivos agrícolas, o que colabora para a conservação de agentes de controle biológico presentes nas lavouras”, complementa.

MIP-soja no controle de percevejos

A presença do percevejo na soja pode causar uma série de danos às lavouras. Esses danos podem ser diretos e indiretos, a ponto de afetar tanto a qualidade quanto o rendimento na cultura da soja. 

Assim, com o início da safra que se aproxima, o sojicultor precisa estar preparado para manejar os percevejos, buscando aliar eficiência e economia. 

Além disso, Daniel Sosa explica que o custo de produção está cada vez mais alto, reduzindo a lucratividade da lavoura. “O sojicultor não deve utilizar inseticidas em qualquer nível de infestação da praga. É possível ter a mesma produtividade usando menos inseticidas, quando a aplicação é feita apenas quando necessário”.

Dessa forma, Sosa diz que é bastante importante estar atento ao nível de ação que corresponde ao nível populacional que a planta de soja suporta, sem perdas de produtividade da lavoura.

O MIP-Soja começa com o monitoramento semanal da lavoura, por meio da utilização de um pano de batida que permite inferir o número e o tamanho das pragas presentes na lavoura”, explica. 

Durante o processo de monitoramento, o pesquisador destaca também que deve ser avaliado o nível de ataque já ocasionado pelas pragas, como o desfolhamento ou dependendo da praga, o número de plantas atacadas em relação ao total amostrado, por exemplo. 

A aplicação de agrotóxicos só é recomendada quando a densidade de pragas detectadas na lavoura ultrapassa o nível de ação já estabelecido pela pesquisa. Caso contrário não há necessidade de fazer o controle”, sugere.

Redução de 50% na aplicação de inseticidas

A Embrapa, em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), desenvolve, desde a safra 2013/2014, um trabalho em diversas áreas agrícolas do Paraná para estimular a adoção de boas práticas agrícolas. Dentre essas práticas, a adoção do Manejo Integrado de Pragas (MIP) merece destaque. 

O pesquisador destaca que na safra passada, enquanto a média de aplicação de inseticidas em lavouras de soja no Paraná foi de 3,9, as áreas que adotaram o MIP fizeram apenas 1,9 aplicações, em média. 

Isso mostra que a adoção do MIP pode reduzir em 50% a aplicação de inseticidas”, destaca Sosa.

Além disso, as pesquisas indicaram que a primeira aplicação de agroquímico foi realizada no 79º dia em lavouras com MIP. Já nas que não o adotaram, foi preciso adiantar a pulverização em 35 dias, ou seja, no 44º dia pós-plantio.

Impactos positivos em diversos aspectos

Em muitas lavouras de soja brasileiras, os inseticidas costumam ser usados sem que seja considerada a presença efetiva das pragas ou o nível de dano que elas causam. 

Segundo Daniel Sosa isso ocorre em função da utilização de um calendário de aplicação de produtos químicos onde os inseticidas são usados junto com outros produtos, sem uma especificação técnica do seu uso. 

Procedendo dessa maneira, o agricultor tende a realizar aplicações de inseticidas muito antes do momento adequado, além de gastar mais inseticidas do que o necessário”, complementa. 

Por consequência, o maior número de aplicações resulta no aumento do custo de produção, eliminação de agentes de controle biológico e aumento do risco de ressurgência e desenvolvimento de pragas resistentes.

Por outro lado, quando há um monitoramento mais efetivo e o uso das estratégias de MIP, o produtor de soja naturalmente diminui o impacto ambiental, aumenta a produtividade e reduz seus custos de produção, devido ao menor uso de inseticidas.

Aproveite para conferir este artigo e ter detalhes sobre a importância do MIP em lavouras

Pulverizadores: inovação e maior eficiência em prol da alta produtividade agrícola

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Proteger lavouras contra a ação de pragas e doenças, assim como a disponibilização de nutrientes para as plantas, estão entre as práticas mais comuns no campo, com relação direta com a produtividade no campo. 

Neste cenário, a eficiência do manejo de pulverização depende de pulverizadores agrícolas com qualidade superior, aliando eficiência com ótimo custo-benefício.

Mais modernos e eficientes, os pulverizadores agrícolas são essenciais para que produtores alcancem uma maior eficiência de suas lavouras. Com eles é possível aplicar a quantidade exata de produto nas lavouras independentemente do tipo da substância.

Dessa forma, o desenvolvimento de novas tecnologias de pulverização é constante, com muitas empresas entrando neste segmento. Uma delas é a Civemasa, marca da Tatu Marchesan, que lançou sua linha de pulverizadores na Agrishow 2023.

 

Pulverizador agrícola: aliando eficiência com proteção da lavoura

Assim como o plantio e a colheita, um dos momentos mais importantes do manejo de lavouras é a etapa da pulverização. 

Responsável pela aplicação de defensivos agrícolas para controlar ameaças (pragas, doenças e plantas daninhas) este é um manejo também responsável pela nutrição foliar, adotada para aumentar a produtividade.

Para ambas as situações, ter um bom pulverizador é fundamental. Este é um equipamento que auxilia na aplicação exata do produto, sempre no alvo desejado e na quantidade correta, reduzindo o desperdício ao mínimo.

Dessa forma, a pulverização é uma etapa sempre necessária, independentemente do tamanho da lavoura. 

Consequentemente, esse processo não deve ser visto apenas como uma obrigação, mas também como uma estratégia que visa o aumento da lucratividade e que demonstra a responsabilidade com o consumidor final.

 

Civemasa entra no segmento com excelentes soluções

A Tatu Marchesan e a Civemasa sempre foram reconhecidas pela sua especialidade nas etapas de plantio e preparo de solo, oferecendo uma série de soluções comprovadamente eficientes.

Mas, para atender a demanda do mercado, ambas as empresas escolheram a 28ª edição da Agrishow para estrear no mercado de pulverização. 

As empresas apresentaram mais de 8 lançamentos na Agrishow, considerando as marcas Tatu Marchesan e Civemasa, com grande destaque para a linha de pulverizadores, que foi lançada exclusivamente na edição de 2023 da Agrishow, ampliando ainda mais o portfólio de produtos.

Assim, aliando tradição de inovação e excelente qualidade de seus produtos, a Civemasa escolheu a Agrishow 2023 como palco para o lançamento da sua linha de pulverizadores e demais equipamentos.

Uma dessas inovações é o pulverizador autopropelido Defenciv. Com tamanho reduzido, esse pulverizador é ideal para o segmento sucroalcooleiro em campos canavieiros, um diferencial para manobras de cabeceiras em regiões restritas em espaço de giro. 

Com essas novidades, a marca amplia seu portfólio de produtos voltados às operações agrícolas, que engloba produtos que vão desde o manejo de solo, conservação, plantio, até a colheita.

 

Muitas novidades durante a Agrishow 2023

Durante a 28ª edição da Agrishow, além dos novos pulverizadores, a Tatu Marchesan e a Civemasa apresentaram uma série de novos modelos.

Um destes modelos apresentados pela Civemasa é o 5IMCO. Essa é uma linha de produtos específicas ao manejo de compostos orgânicos e possui máquinas para todas as etapas inerentes às operações da atividade.

Em suma, este equipamento ajuda o agricultor a transformar o que antes era resíduo em um importante insumo, produzindo um impacto positivo em sua operação.

Para conferir detalhes sobre os principais lançamentos na feira, confira o vídeo abaixo, gravado durante a Agrishow 2023.

Momento marcante para a Civemasa

A Civemasa é uma marca localizada em Araras-SP, que foi incorporada ao Grupo Marchesan em 1999. Desde então, a empresa vive uma nova fase, voltada direta e exclusivamente ao agronegócio. Isto vem propiciando um atendimento ainda mais rápido e personalizado ao mercado agrícola nacional e internacional.

Para João Carlos Marchesan, membro do Conselho Administrativo da Marchesan, vice-presidente da ABIMAQ e recém nomeado como presidente da Agrishow para 2024/25, o momento é um marco tanto para a Tatu Marchesan quanto para a Civemasa. 

Nossa prioridade é garantir que todos os nossos produtos ofereçam o que há de mais avançado em termos de precisão, a um custo acessível e com facilidade de uso. Com o lançamento da linha de pulverizadores, podemos afirmar que possuímos o maior e mais completo portfólio de produtos, atendendo desde a agricultura familiar às grandes áreas de produção agrícola”, enfatizou Marchesan.

Dessa forma, assim como ocorre com a Tatu Marchesan, a missão da Civemasa é seguir em frente e à frente, com desenvolvimento de produtos capazes de atender o que os agricultores desejam e precisam. 

Afinal, inovar e fortalecer a produtividade em campo é alimentar a vida que se renova a cada dia.

 

Saiba mais sobre a Civemasa

Originalmente fundada por iniciativa de grupos de usineiros de Araras e região, a Civemasa nasceu em 1957 com o objetivo de realizar assistência técnica em veículos nacionais e importados. 

Mais tarde, com o desenvolvimento constante do mercado e a busca por novas áreas de atuação, a Civemasa incorporou, em 1967, a empresa EPEMA. Seus idealizadores lançaram então a Civemasa em uma nova era, desenvolvendo e produzindo implementos agrícolas para preparo do solo, plantio e cultivo de cana-de-açúcar.

Com o aparecimento e o desenvolvimento de novos tipos de cultura em diferentes áreas, como o algodão e a soja, por exemplo, surgiu a necessidade de se mecanizar também estes segmentos agrícolas. 

Para tanto, a Civemasa expandiu sua produção com a fabricação de uma linha completa de implementos agrícolas para preparo e conservação do solo.

Em 1999, em função da ampla visão do mercado futuro por parte de seus administradores, a Civemasa foi incorporada ao Grupo Marchesan, dando início a uma nova fase, voltada direta e exclusivamente ao agronegócio. 

Acesse o site da Civemasa e conheça toda a linha de soluções que a empresa oferece e são voltadas ao ganho de produtividade agrícola.

 

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Produção de truta: testes genômicos oferecem melhores resultados

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Quem conhece ambientes de serra sabem por que eles são muito procurados pelo país. Com belezas naturais, condições geográficas e pelo atrativo gastronômico, essas regiões chamam a atenção. E, por falar em gastronomia, regiões serranas são ótimas para a produção da truta.

Status de produto nobre, a produção nacional da truta é de cerca de 2.000 toneladas/ano e ocorre principalmente nas regiões serranas de Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, até a Serra de Santa Catarina.

E, para contribuir com os produtores, a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (DF) desenvolveu uma ferramenta que melhora a qualidade das matrizes, reprodutores e alevinos por meio de testes genômicos que direcionam os cruzamentos.

Conhecido como TrutaPLUS, este é um serviço que ajudará na avaliação da estrutura e da diversidade genética dentro e entre plantéis comerciais de reprodutores dessa espécie.

Pouca informação sobre a estrutura genética da truta no Brasil

O Brasil é um país que tem uma piscicultura muito forte, com mais de 860 mil toneladas de peixes produzidas no país, com destaque para a tilápia, que representa quase 64% do total.

Já a truta, que tem uma produção de cerca de 2.000 toneladas/ano, representa apenas 2% do total, indicando que essa é uma cultura ainda nova no país.

Segundo Alexandre Caetano, pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, as pesquisas com a truta-arco-íris no Brasil, até o momento, estiveram voltadas principalmente, para aspectos ecológicos e históricos da introdução da espécie no País, a viabilidade econômica do sistema produtivo, aspectos reprodutivos, sanitários e de manejo.

Temos poucas informações sobre a composição e estrutura genética dos plantéis comerciais de reprodutores de truta do Brasil. Amplamente realizados em outros países, essa ainda não é uma pauta aplicada no Brasil”, comenta o pesquisador.

Sem essas informações, o pesquisador explica que o não conhecimento da genética dos animais, eleva a probabilidade de gerar proles com doenças genéticas e quando o alevino nasce, seu crescimento será menor. 

Quando há o cruzamento entre parentes, o crescimento da truta pode ser 10 % menor. No cruzamento de mais uma geração, o crescimento será 30% menor, comprometendo a atividade”, destaca. 

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TrutaPlus: nova solução para evitar acasalamentos entre parentes

 Para reduzir as dificuldades com a falta de informações genômicas do plantel brasileiro de trutas, a Embrapa desenvolveu a ferramenta TrutaPlus.

Solução simples, de baixo custo, prática e inovadora, a TrutaPlus é ideal para que produtores de truta deem início à análise genômica dos reprodutores e matrizes de seus plantéis.

Essa ferramenta contribui com a promoção da qualificação, do manejo e do melhoramento genético da espécie, a exemplo do que vem ocorrendo desde o lançamento da plataforma AquaPLUS com a oferta de outras quatro ferramentas genômicas voltadas a espécies aquícolas.

Segundo Alexandre Caetano, a caracterização genética do plantel permite que o truticultor seja capaz de selecionar os reprodutores e matrizes com maior probabilidade de gerar proles com características desejadas, como resistência a doenças, boa taxa de conversão alimentar, crescimento rápido etc. 

Mas, o principal objetivo dessa ferramenta, segundo o pesquisador, é evitar acasalamentos entre animais com parentesco próximo. “Com essa ferramenta conseguimos evitar o acasalamento entre consanguíneos, que aumentam as chances de problemas genéticos nos descendentes”, complementa.

Por que gerenciar o acasalamento da truta?

Na produção animal, os acasalamentos entre parentes nunca é uma opção. Cruzar bovinos, cachorros e demais animais com alto grau de parentesco nunca trará bons resultados.

Para a truta, esse acasalamento entre parentes próximos também não é aconselhável. Porém, diferentemente de outros animais de produção, evitar acasalamentos entre as trutas é muito complicado, já que elas ficam em um mesmo tanque ou lagoa.

O ideal é chipar todos os animais e separá-los por parentesco, porém, segundo Caetano, isso raramente é feito. “Devido à produção mais reduzida, são raros os produtores de truta que separam e chipam os animais”, complementa.

A ferramenta TrutaPlus surgiu com este propósito. “Basta o produtor tirar um pedaço da nadadeira dos animais e enviar para nosso laboratório. Com esse pedacinho conseguimos reconstruir o DNA de cada um dos animais e realizar o teste genômico”, explica Caetano.

Assim, por meio dos serviços disponibilizados na Plataforma, é possível saber se as matrizes de truta possuem algum grau de parentesco entre si.

A ferramenta também revela se as trutas são puras ou híbridas, permitindo, assim, o direcionamento de cruzamento tanto para a produção de alevinos para engorda quanto para reposição, troca e comércio de germoplasma de matrizes e, consequentemente, para a redução de perdas de produtividade.

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Quinto produto disponível na AquaPLUS

O TrutaPLUS será o quinto produto disponível na plataforma AquaPLUS, que já disponibiliza os seguintes serviços: 

  • Tambaqui (Colossoma macropomum): TambaPLUS Parentesco e TambaPLUS Pureza; 
  • Camarão vannamei (Litopenaeus vannamei): VannaPLUS;
  • Tilápia (Oreochromis niloticus): TilaPLUS.

Assim, se você é produtor de truta e pretende realizar o teste genômico do seu plantel, a ferramenta TrutaPlus é a sua melhor solução. 

Para conhecer este serviço, basta entrar em contato com a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e receber todos os direcionamentos para conhecer seu plantel de truta e realizar acasalamentos mais bem direcionados, evitando problemas genéticos e aumentando a produtividade.

Aproveite para conferir este artigo exclusivo da Agrishow Digital e ter algumas dicas para criar tilápia.

Recuperação Judicial para Produtores Rurais | Agrishow Conecta

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Tem dívidas, mas não sabe como resolver esse problema? O Agrishow Conecta desta semana te ajuda com isso.  

No novo episódio, entrevistamos Moacyr Ribeiro, Vice-presidente da comissão de compliance da OAB-GO, que explicou sobre o processo de recuperação judicial para produtores rurais.  

Esse cenário deve ser fortemente considerado quando o endividamento é sistêmico, mas a atividade financeira ainda é viável. Diferentemente da quebra de safra, com dívidas pontuais, o processo de recuperação judicial evita que o produtor chegue, de fato, na falência, ganhando tempo para buscar novos sócios, capital ou até mesmo vender parte da área da fazenda para conseguir renegociar suas dívidas. Moacyr ainda deu três dicas importantes para que o produtor se organize e consiga fazer o processo de recuperação de maneira adequada.   

Quer entender mais sobre recuperação judicial? Assista ao Agrishow Conecta da semana!   

Aperte o play para conferir a entrevista completa e inscreva-se no canal para acompanhar todos os vídeos do Agrishow Conecta! 

Onda de calor afeta o Brasil! Entenda os impactos do El Niño na agricultura

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Sob efeito do El Niño e de outros fatores, os termômetros têm registrado temperaturas superiores a 30° em regiões produtoras. Diante desse acontecimento é essencial conhecer os impactos do El Niño na agricultura para definir o que pode ser feito.

De fato, as alterações climáticas figuram entre os fatores que mais afetam a produção agrícola, exigindo total atenção dos produtores rurais.

Enquanto algumas mudanças climáticas são atribuídas a ação humana, o fenômeno El Niño emerge como um verdadeiro ator global, desempenhando um papel fundamental nas alterações climáticas.

Para entender essa onda de calor e como ela afeta a agricultura brasileira, a Agrishow Digital conversou com Enrico Manzi, Country Manager da Biond Agro, empresa que auxilia produtores agrícolas a profissionalizar sua gestão e comercialização de grãos.

Extrema onda de calor em pleno inverno: o que explica?

Na reta final do inverno de 2023, os termômetros seguem registrando números altíssimos em todo o Brasil.

Porém, vale ressaltar que ondas de calor ao final do inverno não são tão incomuns como o imaginado. A baixa umidade da atmosfera e do solo fazem com que quase toda incidência solar vire calor, resultando nas atuais ondas de calor.

O primeiro fator desse calor extremo é a atuação de uma bolha de calor que permeia o Paraguai e o Centro-Oeste brasileiro. Essa bolha de calor é criada quando uma massa de alta pressão permanece sobre a mesma área por semanas, prendendo ar muito quente por baixo.

No entanto, Enrico Manzi salienta que o que diferencia o período atual é a intensidade desta onda. “O efeito principal por traz desse calor elevado é o El Niño, fenômeno decorrente do aquecimento das águas do oceano pacífico equatorial, causando elevação na umidade atmosférica e mudanças das correntes de vento no globo”.

Importante destacar que o fenômeno El Niño tem um padrão de intensidade também, e quanto maior a sua intensidade, maiores serão seus efeitos sobre a temperatura e umidade. 

A onda de calor que estamos presenciando atualmente é resultado de um El Niño moderado a forte (já apelidado de super El Niño por alguns), que vem reforçado por efeitos decorrentes do aquecimento global”, complementa Manzi. 

Segundo o NOAA (Agência de clima norte-americana) há a probabilidade de 95% de que o fenômeno se estenda até março de 2024. A agência também aposta que o fenômeno virá em intensidade forte, desta vez com uma probabilidade de 70%.

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Impactos do El Niño na agricultura

Como já destacado, o El Niño está correlacionado com a onda de calor presenciada no final do inverno, mesmo sendo um fenômeno comum. 

A massa de ar quente que se instalou sobre o Brasil central tem mantido o efeito de calor presenciado, ao mesmo tempo que tem bloqueado a subida da umidade que vem do sul da américa do sul. Isso tem provocado chuvas intensas no sul do Brasil”, complementa o Country Manager da Biond Agro.

Podemos dividir os efeitos do El Niño na Agricultura sobre as diferentes regiões do Brasil. 

A região Sul é favorecida por bons níveis de chuva (podendo chegar ao excesso de chuvas), a região Sudeste e central do país é impactada com maiores temperaturas, mas geralmente acompanhadas de boa umidade. A região Norte/Nordeste é a que mais sofre, especificamente pela menor umidade. 

Dessa forma, Enrico Manzi explica que tanto a umidade quanto o calor em excesso atingem diretamente o potencial produtivo das lavouras. 

A nível de comparação, na safra 22/23 a projeção é que o Brasil finalize com uma produtividade de 58,5 sacas por hectare (sendo um ano de La Niña), já na safra 18/19 que tivemos um El Niño de intensidade fraca a produtividade do país foi de 55,62 sc/ha e na safra 15/16, que tivemos um El Niño de intensidade forte, a produtividade brasileira foi de 47,97 sc/ha”. 

Logicamente, o especialista destaca que houve muito avanço em tecnologia e investimentos dos produtores ao longo dos últimos anos que devem minimizar um pouco os impactos do El Niño na agricultura este ano. 

Além disso, o aumento das temperaturas e alterações nos padrões de chuva criam um ambiente mais favorável para a proliferação de pragas. 

Consequentemente, agricultores precisam lidar com um aumento na incidência de infestações e doenças, o que pode afetar negativamente a produtividade de suas culturas.

De forma geral, em decorrência das temperaturas mais altas e um El Niño mais forte podemos esperar produtividades médias um pouco mais baixas nesta safra”, acredita Manzi.

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Não podemos mudar o clima, mas é preciso ter atenção!

Os eventos climáticos extremos, como a atual onda de calor, afetam diretamente a produção agrícola, resultando em perdas significativas de colheitas e redução na qualidade dos alimentos.

No entanto, mudar o clima é praticamente impossível, pelo menos no curto prazo, tornando o cenário ainda mais desafiador. Por isso, é essencial que os agricultores estejam preparados para enfrentar as mudanças climáticas e adotem práticas sustentáveis, inovadoras e tecnológicas.

Dentre essas práticas, se destacam o manejo adequado do solo, o uso eficiente de água para irrigação e a proteção da biodiversidade. Quando bem realizadas, essas estratégias podem ajudar a mitigar os impactos das mudanças climáticas na agricultura.

Além disso, Enrico Manzi sugere aos produtores acompanhar, mais do que nunca, os mapas climáticos, assim como realizar o plantio e manejo nas janelas corretas. 

Em locais onde é esperado umidades mais altas associadas a temperaturas extremas, é preciso redobrar a atenção aos controles de doenças.

Por fim, é importante salientar que o efeito do El Niño na agricultura é um desafio global que afeta todos os produtores. 

Mas com cooperação e inovação, podemos encontrar soluções para garantir a segurança alimentar e o desenvolvimento sustentável. A hora de agir é agora.

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Calculadora de cruzamentos: conheça a ferramenta da Embrapa que ajuda pecuaristas

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Um dos fatores que mais revolucionaram a pecuária bovina brasileira foi o melhoramento genético do rebanho. O uso do cruzamento na pecuária vem tornando a produção muito mais eficiente, produtiva e lucrativa.

O processo de cruzamento na pecuária é contínuo, com o surgimento de novas ferramentas e tecnologias que ajudam os pecuaristas.

E, para ajudar pecuaristas, a Embrapa e a Associação Nacional de Criadores Herd-Book Collares (ANC) desenvolveram uma calculadora que direciona os cruzamentos entre os touros e matrizes, de forma a definir o melhor acasalamento para gerar progênies com características específicas desejadas.

Confira detalhes dessa ferramenta e veja como ela ajuda pecuaristas na aplicação da estratégia de cruzamento na pecuária.

Calculadora de cruzamento na pecuária: melhor seleção de matrizes e reprodutores

Desenvolvida pela Embrapa e pela ANC, a calculadora é uma ferramenta informatizada destinada a ajudar o pecuarista a selecionar os cruzamentos entre os touros reprodutores e as vacas matrizes, gerando progênies com características desejadas.

Segundo Fernando Cardoso, chefe-geral da Embrapa Pecuária Sul e pesquisador da área de melhoramento genético animal da mesma unidade, a calculadora de acasalamento é uma ferramenta web de grande relevância para pecuaristas.

Com o uso da ferramenta, o criador pode selecionar suas matrizes com base em informações das avaliações genéticas atualizadas, inclusive aprimoradas pela genômica quando for o caso, e escolher possíveis reprodutores para o acasalamento, tanto dentro de seu rebanho quanto entre touros de outros pecuaristas ou de centrais de inseminação”.

Assim, segundo destaca o pesquisador, o criador poderá terá uma prévia de quais serão os resultados dos acasalamentos em relação a cada uma das DEPs (diferença esperada na progênie) disponíveis pelo programa de melhoramento genético da ANC (Programa de Melhoramento de Bovinos de Carne, Promebo).

Serviço inédito para pecuaristas

A Embrapa destaca que a calculadora de acasalamentos é um serviço inédito para pecuaristas, essencialmente pelas suas muitas possibilidades. 

Essa ferramenta permite que o criador possa tomar as suas decisões com fundamento em informações assertivas e atualizadas, podendo definir de forma acurada qual o melhor caminho a seguir para a seleção e melhoramento genético dos seus rebanhos”. 

Além disso, Cardoso salienta que essa ferramenta também calcula a consanguinidade, bem como um indicador de nível de problema para cada um dos possíveis acasalamentos. 

A ferramenta descarta acasalamentos incompatíveis pela consanguinidade e pelo indicador do Nível de Problema (NP). O NP consegue resumir problemas indesejados em apenas um número e é mais uma das vantagens da ferramenta, pois evita que o criador tenha que olhar muitas DEPs durante o acasalamento e ainda conseguir manter o ritmo no trabalho de campo”. 

Sendo assim, é interessante se ter um valor único para descrever o desequilíbrio de um dado acasalamento e é isso que o Indicador do Nível de Problema faz.

Há também a possibilidade de usar a calculadora para prever e evitar resultados negativos nos acasalamentos. Cardoso destaca que o pecuarista pode escolher características para evitar que os animais tenham um desempenho desfavorável. 

Um animal com peso ao nascer muito alto pode dar problema de parto. Um animal que tenha o umbigo ou o prepúcio do macho muito comprido pode ocasionar lesão. Há também a questão da ausência de pigmentação ocular para as raças Hereford e Braford, etc”.

Algoritmos definem as melhores combinações

Outro benefício da Calculadora de cruzamento na pecuária é o auxílio de um algoritmo que propõe as melhores combinações para os animais selecionados pelo pecuarista. 

Ou seja, em vez de definir a estratégia de acasalamento avaliando os dados manualmente, a ferramenta faz uma indicação de melhor cruza de forma automatizada. 

Essa indicação, logicamente, pode ser adotada ou não, afinal lá no campo, na prática, é o criador que decide o touro que ele vai acasalar com a vaca, mas nós provemos todo esse nível de informação para que ele possa tomar a melhor decisão possível”, completa Cardoso. 

Esse algoritmo foi desenvolvido no âmbito do mestrado em computação aplicada à agropecuária, desenvolvido por meio de parceria entre a Universidade Federal do Pampa (Unipampa) e a Embrapa.

Uso livre para associados da ANC

Recentemente lançada durante a 46ª edição da Expointer em Esteio (RS), essa ferramenta é de uso livre para os associados da ANC que participam do Promebo (Programa de Melhoramento de Bovinos de Carne) e foi desenvolvida para ser utilizada diretamente pelo criador. 

Segundo Cardoso, esse é o principal diferencial da calculadora. “Em poucos minutos o criador poderá aprender a utilizá-la sem maiores problemas. Não requer a instalação de programas e está integrada ao sistema Origen/Promebo da Associação Nacional de Criadores”. 

Como a ferramenta foi desenvolvida integrada ao sistema de registro da ANC, ela não pode ser utilizada fora desse ambiente. 

Por ser integrada aos sistemas da ANC, ela é fácil de usar e evita que o usuário tenha que fazer cadastros de animais previamente para que ela possa funcionar. 

Posteriormente, como a Embrapa atua em parceria com as associações de raça, havendo a demanda, é possível que seja desenvolvida a ferramenta dentro de outros programas de melhoramento genético.

Aproveite para ler este artigo da Agrishow Digital e conhecer o programa de avaliação genética que impulsiona as raças Hereford e Braford

Ofensas ao Agro: 4 ações matadoras para prevenir

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Mais uma vez, o Agro foi alvo de uma figura pública do meio artístico que viralizou nas redes sociais falando mal do setor. Pior: propôs o desafio de que a população parasse de tomar leite por uma semana, enquanto mostrava uma fazenda apresentando maus-tratos aos animais, sem sequer citar a origem de tais imagens. Eu, particularmente, amo o Agro e a Arte, mas o que vimos foi mais um triste capítulo da novela em que artistas difamam a atividade rural.

Não mencionarei o nome do ator, e nem falarei mal dele, porque a pergunta que coloco sob reflexão aqui, neste artigo, é: “Até que ponto continuaremos inertes a esses ataques?”. Não estou incentivando, de forma alguma, reações exacerbadas por meio de revides verbais violentos aos responsáveis por depreciar o Agro sem o menor critério, colocando todos os profissionais do setor no mesmo balaio. Pelo contrário, a proposta é diferente: em vez de o setor apenas reagir, como é costumeiro, é chegada a hora de começar a se antecipar ao movimento de desonra frente à agropecuária.

Antes, no entanto, de revelar as 4 ações matadoras para prevenir ofensas ao Agro, vamos entender e respeitar o verdadeiro papel da Arte para não incorrermos no mesmo comportamento dos opositores, que julgam sem conhecimento de causa. E o mais irônico de tudo é que a Arte e o Agro têm muita coisa em comum, uma vez que ambos são repetidamente desvalorizados injustamente.

É habitual, por exemplo, acharem que a vida de artista é fácil, que é moleza, que tudo é diversão e entretenimento. Porém, só quem conhece o árduo caminho até a formação profissional de um ator ou atriz é que sabe, verdadeiramente, que o processo não é nada glamouroso. Eu, pessoalmente, queimei a língua.

Em 2014, logo que concluí um MBA Executivo, focado em gestão de negócios, decidi que não voltaria a pisar numa sala de aula tão cedo, em virtude da quantidade de livros, trabalhos e apresentações orais que tive que fazer por dois anos seguidos. Quando terminei, fiz a seguinte promessa: “Daqui para frente, farei algum curso mais tranquilo, relaxante, talvez jardinagem, surfe ou até mesmo cultivo de bonsai”. Meus amigos ouviam e se divertiam com o desabafo.

Então, tive a brilhante ideia de cursar artes cênicas. Lá fui eu fazer uma bateria de testes até ingressar no teatro. A minha surpresa, logo que as aulas começaram, foi receber uma lista obrigatória de leitura dos mais variados autores: tinha russo, alemão, inglês e grego. Além disso, havia infinitas apresentações orais acompanhadas de figurinos que davam um trabalhão danado para confeccioná-los. O tiro saiu pela culatra: eu passei a estudar o dobro do que estudava no MBA.

O relato acima desmonta qualquer tese de que artista é vagabundo(a) ou de que não precisa estudar. Tanto a Arte quanto o Agro são fundamentais para qualquer país. Ambos retratam a cultura, o crescimento e o desenvolvimento do nosso povo. Melhor ainda: um traz alimento para o corpo; o outro, para a alma. Sorte a minha trabalhar em dois setores que amo, mas, ao mesmo tempo, é um grande azar, pois escuto xingamentos dos dois lados. Um dia, leio na Internet que a classe artística não presta, é canalha; noutro, que o Agro mata.

A segunda ironia é que o Agro não mata ninguém de fome, mas ser ator ou atriz no Brasil pode matar o profissional de fome, sim, infelizmente, por causa da escassez de oferta de trabalho e reduzido incentivo e patrocínio aos artistas anônimos. E digo infelizmente, porque, doa a quem doer, o papel da Arte é criticar, denunciar e conduzir a sociedade à reflexão sobre abusos que ocorrem àqueles que não têm voz para se defender. O dia que a Arte morrer, a população estará em grande perigo, pois, mesmo que não morra de fome, enquanto o Agro a alimentar, padecerá do mal da ausência de senso analítico, que é a tradução da morte em vida.

Entretanto, existem bons e maus profissionais em qualquer segmento; e o Agro e a Arte não estão livres disso. De um lado, temos grileiros e alguns péssimos produtores rurais, que preferem pagar mais caro para arrendar terra e realocar o gado, em vez de gastar menos preservando ou recuperando a própria pastagem. De outro, artistas que se esqueceram da importância dos estudos e da responsabilidade que recai sobre seus ombros como formadores de opinião.

Mostrar uma fazenda que pratica maus-tratos, sem dar nome aos bois, e ainda pedir à sociedade para que não beba leite, não é só destruir a imagem de uma classe de produtores de gado de leiteiro, como, pincipalmente, tirar o pão da mesa de mais de um milhão de famílias que dependem da atividade para viver.

E se você é do Agro, e entende que se indignar não tem efeito e que é preciso agir antecipadamente, anote as 4 ações matadoras para prevenir ofensas à atividade:

1 – Denunciar publicamente grileiros e fazendas que praticam atrocidades com animais, trabalhadores e o meio ambiente. Se produtores, consultores e representantes do Agro se manifestarem sobre as coisas erradas do setor, ganharão, automaticamente, a confiança da sociedade e se consagrarão como os primeiros a combaterem as más práticas no campo;

2 – Viralizar imagens e narrativas reais nas redes sociais sobre as boas práticas diárias no campo, conversando diretamente com a sociedade urbana – não só com o próprio Agro – e, mais uma vez, reconhecer nestes vídeos positivos que existe uma minoria que mancha a imagem do setor e que você, do Agro, também se indigna com as más ações;

3 – Promover, por conta própria, eventos educativos, abrindo a porteira para alunos de escolas públicas e privadas conhecerem um modelo de produção exemplar tanto na pecuária quanto na agricultura;

4 – Apoiar a Associação de Olho no Material Escolar”, associação que amplia o conhecimento de jovens e crianças sobre o agro brasileiro a partir da atualização do material escolar como também cria pontes entre o campo e o setor educacional.
Dito isso, você tem dois caminhos: continuar reclamando de quem fala mal do Agro ou adotar as 4 ações acima para enfraquecer futuras investidas contra o Agro. A decisão está em suas mãos. Então, seja você, do Agro, o protagonista de sua própria história.

A pecuária está ruim para você? Você vive reclamando pelos cantos? Com todo o respeito e carinho que tenho por você, que é produtor de uma atividade bem complexa, deixa eu lhe contar uma coisa: “A gente não controla o mercado; a gente controla aquilo que está sob a nossa responsabilidade”.

E se você é do tipo que vive à base de elogios e não admite os próprios erros para melhorar e avançar, pare de ler este artigo agora, porque ele não é para você. Este texto é para quem quer sofrer menos e resultar mais.

A dura realidade é que cada um tem a vida e o negócio que merece. Assim como a lei da semeadura, cada um só colhe exatamente o que planta. Se a pecuária está ruim para você, a culpa é sua e demais ninguém. Desculpe-me pela franqueza, mas a culpa é sua, por mais que doa em você ler isso, e por mais que doa em minha alma ter que escrever isso.

A culpa não é do mercado, não é do governo passado, não é do atual governo, não é do vizinho. A culpa, definitivamente, é só sua e, se você tiver coragem e interesse de mudar o seu cenário negativo, continue aqui comigo, até o fim deste artigo, para você entender o porquê de sermos culpados por tudo o que nos acontece.

Você pode até se vitimizar dizendo que está trabalhando feito um doido(a), de domingo a domingo, e é muito provável que realmente esteja fazendo isso. A pergunta é: “Você está trabalhando do jeito certo?”. Porque se não estiver, você vai morrer de trabalhar e nada vai melhorar.

Outra pergunta: “Você anota as suas métricas, você faz diagnóstico de pastagem, você faz adubação de pastagem, você faz análise de solo, usa algum aplicativo de gestão, você pesa seu animal com regularidade, você sabe exatamente o ganho ou perda de peso dele ou vive dando chutes e se surpreendendo depois? Você consegue se antecipar às possíveis doenças bovinas e faz um diagnóstico precoce ou só percebe depois que tudo foi para o brejo?”. Pense nisso tudo e responda, com fraqueza, se você vem gerindo a sua fazenda da maneira correta.

Muitas pessoas crescem ainda mais na crise, enquanto outras só ficam lamentando. Tem pecuarista que cresce mesmo em tempos difíceis porque planta na crise, ou seja, cuida do negócio como tem que cuidar antes, durante e depois da crise, e colhe prosperidade mais para frente, enquanto outros colhem amargura por não terem se organizado.

É fato, por exemplo, que a maioria dos pecuaristas não se prepara para o período da seca. Deixa correr frouxo e depois fica sem o alimento barato, que é o pasto, tornando-se refém dos altos custos dos grãos. Nesse caso, a culpa é do clima ou é de quem não se preparou com antecedência para enfrentar o período seco? Com o conhecimento certo em mãos é possível, pasme, ter pasto bom o ano inteirinho.

Quem se profissionaliza, se prepara, enfrenta bem a crise e ressurge ainda mais forte no período de abundância. Só pecuarista profissional passa de boa pela crise, porque cuidou bem da pastagem, da equipe e do bem-estar e da saúde animal muito antes, mas muito antes, para aguentar o tranco.

O amador só reclama o ano inteiro, porque é só o que sabe fazer. O amador sempre precisa arrumar um culpado para sua própria incompetência. E quem se junta para reclamar com ele, quem se contamina e espalha lamúria, é tão incompetente quanto. Fazer dinheiro quando a pecuária está em alta é fácil até para uma criança. É coisa de menino e de menina.

Homens e mulheres de verdade não reclamam, trabalham do jeito certo em todos os ciclos e se mantêm em pé quando a coisa aperta. Pode até balançar, mas não cai. Crise é para gente grande no sentido profissional, pois o mercado não exige que você seja grande em tamanho. Pelo contrário, você pode ser pequeno e, ainda assim, muito profissional. O que o mercado não tolera é gente amadora.

As pessoas perdem tempo com políticos de estimação, em vez de usarem melhor o seu tempo aprendendo e aplicando algo novo, ou edificante, que vai trazer algum resultado positivo e efetivo no próprio negócio ou carreira. Não existem salvadores da pátria. Existiu só Cristo, há mais de 2 mil anos. O restante, em sua maioria, só usa o povo em benefício próprio.

No fim, é você com você mesmo na hora que a coisa fica feia. É por isso que é importante buscar conhecimento, mas, atenção, porque conhecimento é poder somente quando aplicado. A prática faz a diferença. Não adianta fazer inúmeros cursos, assisti-los como se fossem série de TV, e não aplicar nada. Tudo continuará igual.

Conhecimento é poder e prosperidade somente na prática. Quem aprende e aplica, sai na frente. E, repito, pode até balançar na crise, mas não cai, mesmo com a arroba do boi lá embaixo e sofrendo pressão por parte dos frigoríficos. Quem se planeja, cuida do rebanho do jeito certo, garante uma pastagem saudável, tem mais poder de fogo no mercado para comprar e vender na hora certa e não em momentos de desespero.

Pegou essa semente de reflexão? Agora, plante. Sabe por quê? Porque todo pecuarista tem que ser um agricultor antes de ser pecuarista, seja para cuidar bem da pastagem como uma cultura, ou seja para plantar a gestão certa e colher resultados seguros no futuro.

Pare de procurar ou perguntar quem é o culpado. E a pergunta que você deve fazer é uma só: “Onde estou errando e como posso melhorar?”. Este é o ponto de partida para você estar preparado e rir da crise quando ela vier lhe assombrar novamente. O culpado está num único lugar: no espelho da sua casa.

Lilian Dias é comunicadora Agro, jornalista especializada no setor e geriu a redação das duas maiores emissoras de televisão do agronegócio brasileiro. Possui MBA Executivo pela ESPM, com foco em habilidades de gestão de pessoas, práticas de liderança e marketing. É autora do e-book "Os Pilares do Agronegócio".
Site: www.novoagro.com.br e www.liliandias.com.br Instagram: @novoagrotv e @liliandias.agro Youtube: https://www.youtube.com/novoagrotv e https://www.youtube.com/liliandias E-mail: novoagro@novoagro.com.br e contato@liliandias.com.br

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Produção de milho com baixo custo: conheça a cultivar BRS 4107

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O milho é o principal componente da ração para alimentação animal, principalmente por ser uma excelente fonte de carboidrato e energia. Porém, o alto custo e o baixo rendimento representam um grande desafio para agricultores.

Para ajudar produtores neste sentido, a Embrapa Milho e Sorgo tem em seu portfólio uma cultivar de milho que apresenta bom potencial produtivo em condições de baixo e médio investimento, conhecida como BRS 4107.

Essa é uma cultivar que possui sementes a preços mais acessíveis, além de ser indicada para plantio em todo o território brasileiro.

Para conhecer os principais detalhes dessa cultivar de milho, conversamos com Lauro José Moreira Guimarães, Pesquisador em Genética e Melhoramento de Milho da Embrapa Milho e Sorgo.

Milho BRS 4107 – O que é?

A BRS 4107 é uma variedade de polinização aberta com alta estabilidade e adaptabilidade produtiva para diversas regiões do Brasil.

Segundo Lauro Guimarães, a BRS 4107 é uma cultivar de milho registrada (37965) e protegida (20180097) pela Embrapa Milho e Sorgo e que possui uma série de características vantajosas. 

Além da polinização aberta, essa cultivar é mais produtiva e uniforme que as tradicionais, apresentando produtividades próximas a de híbridos duplos. É também equilibrada para diversas características agronômicas”.

O pesquisador destaca também que essa cultivar de milho é sadia para a maioria das doenças de milho, além de ser recomendada para primeiras e segundas safras.

O milho BRS 4107 é recomendado para plantios de primeira e segunda safras em todas as regiões do Brasil, com alta estabilidade (em comparação a outras variedades de polinização aberta)”. 

A sua principal aplicação é para produção de grãos. Mas também pode ser usada para produção de silagem e milho-verde.

Características agronômicas da BRS 4107

A BRS 4107 é uma cultivar de milho que apresenta ciclo precoce/normal, com florescimento em torno de 60 dias após o plantio (nos plantios de safra na região central do Brasil), com baixa porcentagem de acamamento e quebramento. 

Segundo Guimarães, a BRS 4107 é moderadamente resistente à mancha de diplodia, ferrugem comum e mancha branca. 

Por outro lado, essa cultivar de milho é moderadamente suscetível à mancha de antracnose e mancha de turcicum”, complementa o pesquisador. 

O plantio é recomendado para estabelecimento de lavouras com 50 a 55 mil plantas por hectare.

As demais características da BRS 4107 são:

  • Altura da planta: 213 cm;
  • Altura da espiga: 107 cm;
  • Grau de empalhamento: alto;
  • Cor do grão:  amarelo-alaranjado;
  • Textura do grão: Semidentado.

Excelente oportunidade de investimento na produção de milho

Segundo Lauro José Moreira Guimarães, a cultivar de milho BRS 4107 é uma variedade que foi avaliada em 125 ambientes, durante seis safras consecutivas (2010/11, 2011/12, 2012/13, 2013/14, 2014/15 e 2015/16), amostrando todas as regiões do Brasil e épocas de cultivo (safra e safrinha).

Nossas pesquisas e avaliações demonstraram a superioridade quanto à produtividade de grãos, em comparação a outras variedades, com adaptabilidade ampla e estabilidade em todo o território brasileiro, com destaque para seu desempenho produtivo na época de primeira safra de milho”.

Além disso, por ser uma variedade de polinização aberta, o pesquisador destaca que as empresas sementeiras conseguem multiplicar essa cultivar com baixo custo. 

Consequentemente, o agricultor poderá encontrar sementes da BRS 4107 no comércio a valores bem em conta”, concluiu o pesquisador.

Assim, devido ao baixo custo das sementes e da ótima produtividade, essa é uma excelente opção para cultivos de safra e de safrinha de milho que possuem baixo/médio investimento.

Onde adquirir a cultivar de milho BRS 4107?

Para adquirir a cultivar de milho BRS 4107, a Embrapa Milho e Sorgo sugere as seguintes opções:

  • PLANTMAX SEMENTES LTDA 

DIST DE IRRIG JAGUARIBE, APODI, PIVO 5.3, Limoeiro do Norte - CE, 62930000

l.cac@terra.com.br |  (85) 3032-4894

  • Estrondo Atacadista de Grãos LTDA

Estrada Desmembramento dos Gerais, s/n, Cacara 1, zona rural, Luís Eduardo Magalhães cep 47950000

escritorio@estrondoatacadista.com.br | (77)998123418

  • Sementes Tonaco Triangulo Ltda

Rua Francisco Carvalho, 175, Florência de Paiva, Corinto - MG, 39200000

sementestriangulotonaco@hotmail.com | (38) 37512657

Confira esse artigo exclusivo e saiba como mitigar os efeitos do estresse hídrico nas lavouras de milho

Gestão no Agronegócio | Agrishow Conecta

Video-Gestão no Agronegócio | Agrishow Conecta

A gestão e a profissionalização das propriedades rurais transformando-as em empresas são passos fundamentais para a evolução do agronegócio.  

Além de gestão e tecnologia, a gestão vem como forma de trazer mais produtividade e propiciar organização aos negócios. E isso não fica restrito aos grandes produtores, é um fator fundamental para garantir o sucesso dos pequenos e médios também, principalmente quando pensamos no longo prazo e nos diagnósticos que podem traçar parâmetros de melhorias e um caminho para a eficiência!  

Entrevistamos Alessandra Decicino, agroinfluencer e especialista em gestão de resultados, que nos contou sobre a importância da gestão e da profissionalização das propriedades rurais. 

Quer entender mais sobre gestão? Assista ao Agrishow Conecta da semana!   

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